Cineclube Henfil exibe nesta quarta “Iracema, uma Transa Amazônica”

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“Iracema, uma Transa Amazônica” será exibido nesta quarta-feira no Cineclube Henfil

O Cineclube Henfil exibe nesta quarta-feira (10/04), às 19h, o filme “Iracema, uma Transa Amazônica”, dirigido por Jorge Bodanzky e Orlando Senna, considerado um clássico do cinema semi-documental. Coprodução alemã, brasileira e francesa de 1974, foi uma encomenda para a televisão alemã.

Produzido em 1974, o documentário caiu na mira do regime militar: a censura proibiu sua exibição no país por se tratar de uma ácida crítica, ainda mais em se tratando de produção estrangeira, ao projeto de progresso e integração nacional patrocinado pelos militares, do qual a rodovia Transamazônica era um dos símbolos. Bodanzky retratou as reais consequências da construção da estrada, como a grilagem de terras, desmatamento, queimadas, a prostituição e miséria. Durante os anos em que esteve proibido no Brasil, o filme foi exibido em diversos países da Europa e só foi lançado em circuito comercial no país no dia 30 de março de 1981.

O filme começa com a chegada de barco da família da jovem Iracema (Edna de Cássia) à Belém no Pará para o Círio de Nazaré. Mesmo com apenas quinze anos, ela permanece na cidade e começa a se prostituir, recebendo as orientações das mulheres mais velhas. Num cabaré, conhece o caminhoneiro Tião "Brasil Grande", protagonizado pelo ator Paulo César Pereio (em uma atuação que combina improvisação e interpretação), que cruza a recém-construída Transamazônica transportando madeira. Tião leva Iracema para suas viagens, até que a deixa num prostíbulo de beira de estrada. Tempos depois, os dois se reencontram rapidamente. Tião parece ter melhorado de vida, está com um caminhão novo e agora transporta gado. Já Iracema está completamente entregue à prostituição e à miséria.

“Iracema, uma Transa Amazônica” conquistou o prêmio do Festival de Brasília de 1980 de melhor filme, melhor atriz (Edna de Cássia), melhor atriz coadjuvante (Conceição Senna) e melhor edição (Eva Grundman e Jorge Bodanzky). Em 1978, foi eleito o melhor filme do ano, durante uma mostra de filmes proibidos pela Associação de Críticos Cinematográficos de Minas Gerais. Fora do Brasil, o filme ganhou o Prix George Sadoul (Paris), o Adolf Grimme Preis (Alemanha), o Encomio Taormina (Itália) e o 12º Reencontre Film et Jeunesse (Prêmio Especial – Festival de Cannes Melhor Filme 78).

Cineclube Henfil

Ainda este mês, o Cineclube Henfil exibirá “Os Donos da Mata” (17/04), “Copa Vidigal” (17/04), e o clássico “Macunaíma” (24/04), escrito e dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, baseado na obra homônima de Mário de Andrade.

As sessões são sempre às quartas-feiras, às 19 horas, na Casa de Cultura de Maricá – na Praça Dr. Orlando de Barros Pimentel, no Centro. Como as vagas são limitadas por sessão (40 lugares), a secretaria distribui senhas 30 minutos antes da exibição do filme. Informações pelo telefone 3731-1432 ou pelo e-mail cineclubehenfilmarica@gmail.com.