Com apoio da Prefeitura de Maricá, através da Coordenadoria de Assuntos Religiosos, foi realizada neste domingo (12/01) a vigésima primeira edição da lavagem das escadarias da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Amparo, no Centro.

O evento, que faz parte do calendário oficial da cidade e que tem como tema permanente “Um Pedido de Paz Para o Mundo ao Som dos Atabaques das Religiões Afro” contou com a participação de vários grupos religiosos de Matriz Africana de dentro e de fora de Maricá.

“Todo ano nosso ato clama por paz. Essa lavagem da escadaria da nossa Igreja Matriz é uma forma de lembrar a história dos nossos irmãos que foram escravizados e ao mesmo tempo colocar nossa religião em evidência quebrando assim preconceitos e ajudando a diminuir a intolerância religiosa”, afirmou babalorixá Jonas Liminha.

Como sempre acontece o cortejo partiu da Praça da Bandeira de onde seguiu pela Avenida Nossa Senhora do Amparo até a escadaria da Igreja Matriz.

“Precisamos respeitar todas as religiões, mas também queremos que a nossa seja respeitada. Sempre participo da lavagem da escadaria da igreja Matriz, pois é um ato simbólico muito importante para todos nós pertencentes das religiões de Matriz Africana do município. Que a lavagem dessa escada represente a lavagem do nosso país e que afaste tudo que existe de errado”, pediu Elizabete Gomes, dona de uma casa espiritual no bairro da Amizade que já existe há mais de 44 anos.

“Esse ato é realmente um grito contra todo o preconceito que ainda existe e nos persegue. A lavagem da escadaria da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Aparo representa o resgate, a luta, a resistência da cultura negra e principalmente da cultura das matrizes de terreiro onde a capoeira e o maculelê estão inseridos no contexto”, analisou o Mestre de capoeira Tio Robson.

“Além do nosso pedido de paz o principal motivo para existir uma manifestação como essa é promover o combate a intolerância religiosa que afeta muitas religiões, mas afeta principalmente as religiões de matriz africana. Precisamos nos unir”, pediu Kirlane Cristina, representante da Pasta Afro da Coordenadoria de Assuntos Religiosos.

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