Lançamento dos projetos dos museus do Samba, Futebol e Darcy Ribeiro - Foto: Katito Carvalho

Desenvolvido pela Prefeitura de Maricá com a Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), o projeto Maricá Cidade do Samba e das Utopias foi apresentado na noite da última quarta-feira (03/07) à imprensa e ao público. A cerimônia aconteceu na Casa Darcy Ribeiro, em Cordeirinho. O local será transformado em museu, assim como a Casa de Samba Beth Carvalho, também em Cordeirinho, e a Casa do Futebol, na Barra de Maricá.

Os três lugares eram a residência do antropólogo, escritor e professor Darcy Ribeiro; da “Madrinha do Samba” – como era conhecida Beth Carvalho, que nos deixou em abril deste ano – e do cronista esportivo e ex-técnico de futebol, João Saldanha, respectivamente. Todas as casas serão modificadas para abrigar os museus e terão a chancela do designer, cenógrafo e arquiteto Gringo Cardia, que tem como premissa básica no projeto a interatividade como forma de diálogo com o público.

“É trazer para nós esse conjunto de experiências, trazer gente para vivenciá-las, trazer a meninada que precisa construir referências a partir de saberes acumulados e vividos por pessoas como Darcy Ribeiro, Beth Carvalho e João Saldanha, e precisamos deixar isso vivo. Então estou muito feliz”, discursou o prefeito Fabiano Horta.

Além dos museus, a Península do Samba e das Utopias – como será conhecido o local – terá área de convivência com deck de madeira ecológica, pérgola sombreada, wi-fi, bateria de duchas salgada ao longo da praia, vestiários, banheiros, guarda-volumes, loja de conveniência, minimarket, mesas para piquenique, parque infantil, entre outras infraestruturas instaladas dentro do perímetro de quatro quadras, com o intuito de impulsionar o turismo e o lazer integrado à parte cultural.

“Usar personagens que fazem parte da história de Maricá para consolidar o que pretendemos fazer em relação ao turismo da cidade, utilizando a cultura do município para isso é muito interessante. E quando se trata de personagens como Darcy Ribeiro, Beth Carvalho e João Saldanha toca o emocional”, afirmou o presidente da Codemar, José Orlando Dias.

Na Casa Darcy Ribeiro, por exemplo, além do acervo com objetos pessoais, o público vai poder assistir aos documentários com personalidades falando sobre o trabalho que ele desenvolvia relacionado às questões ao povo nativo. O museu será interativo e tecnológico onde as pessoas vão poder fazer pinturas indígenas digitalmente ou através de oficinas que serão oferecidas na casa.

“Maricá deu um presente para o Brasil em lançar esses três museus. Além de estar acontecendo essa transformação no município, as pessoas vão ser atraídas por esse projeto cultural porque ele não fala só de Maricá, mas sim, do Brasil e do mundo. É uma honra poder fazer um projeto de tão grande porte cultural. Maricá está de parabéns!”, declarou o curador e cenógrafo Gringo Cardia.

“Está sendo construído aqui um circuito cultural importantíssimo para que desloque um pouco essa centralidade que o Rio de Janeiro tem e que de certa forma está muito desgastada. A iniciativa da prefeitura é sensacional e damos o apoio irrestrito a esse tipo de ação”, sinalizou o presidente da Fundação Darcy Ribeiro, José Ronaldo Alves da Cunha.

Bem próximo dali, na Rua 116, também em Cordeirinho, será desenvolvida a Casa de Samba Beth Carvalho, uma homenagem da Prefeitura de Maricá à eterna “Madrinha do Samba”. Lá serão feitas duas estruturas: um memorial informativo sobre a cantora com exposição de figurinos e exibição de vídeos contando sua história, a parceria com outros sambistas e documentários que remontam a origem do samba e suas vertentes pelo país.

“O mais bonito é que essas casas possam estar abertas juntas. É importante para o samba e para o Brasil que seja contada essa história em caráter de união porque o Darcy e minha mãe (Beth Carvalho) eram pessoas muito próximas, cujas ideologias se fundiam muito. Eu fico muito feliz com a ideia”, relatou Luana Carvalho, filha da homenageada.

Já na Casa do Futebol, os visitantes vão poder conhecer a história dos times e dos campeonatos contada em forma de vídeos e interagir com jogos como totó, videogame, quiz sobre futebol, além do acervo com objetos pessoais do João Saldanha. “A ideia da implementação de museus que tragam para próximo da população a sua cultura é uma forma muito única e potente para o desenvolvimento de um lugar. Isso só reitera o poder dessa cultura”, avaliou o filho de João Saldanha, que tem o mesmo nome do pai.

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