Oficinas de teatro durante festival em Maricá - Foto: Clarildo Menezes

Atores, produtores, diretores e coreógrafos que participam do 40º Festival de Teatro Estadual da FETAERJ aproveitaram esta sexta-feira (10/08) para se capacitar. Enquanto um grupo integrava a oficina de cenografia no Cineteatro Henfil, outro grupo aprendia sobre iluminação na Pousada Maricá, há alguns quilômetros dali.

Cenógrafa e figurinista, Joana Lavale apresentou parte de uma pesquisa sua de mestrado sobre cenografias de grupos teatrais brasileiros a partir da obra de Shakespeare e propôs que, a partir dos elementos existentes no local, os alunos criassem cenas com diferentes relações de palco e plateia.

“A proposta é abrirmos um fórum para repensar o espaço da cena nos debruçando sobre o que o teatro significou em outros momentos históricos. Então aqui é um lugar de debate, onde pensamos também, qual o significado do lugar do teatro nas cidades brasileiras, nos grupos que estão atuantes nesse momento”, explicou.

“Essa é uma área em que eu estou mergulhando de cabeça. Então, ter a oportunidade de participar dessa oficina é um presente para mim”, disse Raquel Hoppe, de 30 anos, que veio do Recreio, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Ivan de Oliveira, de 46 anos, de São Gonçalo completou: “Estávamos falando sobre questões de frontalidade, questionando sobre o uso do cenário nesse sentido. Porque nós todos viemos de cidades onde o ator tem que ser multi, então além da atuação, tem que cuidar de cenário, figurino e por muitas vezes também atuar como diretor. Essa é a importância de estarmos aqui nos capacitando”, disse.

Presidente da Fetaerj, o gestor cultural e iluminador Pablo Rodrigues ministrava a oficina de iluminação que, segundo ele, ajuda a preparar o backstage dos municípios aqui representados. “Nós temos vários iluminadores que saíram dessas oficinas e voltaram para os seus municípios com uma bagagem técnica muito maior. Isso é de uma importância não só econômica, porque muitas vezes já saem daqui com uma profissão, como permite que tenham uma visão da parte externa do fazer teatral”, ponderou.

Ainda de acordo com o professor, o grupo que participou da capacitação de iluminação não pode colocar logo a mão na massa. “Primeiro, eles aprenderam sobre a história da arte e do teatro, conceitos de luz, cor, angulação, agrupamento, mapa, leitura de documentação de luz e amanhã (sábado, 11/08) vamos fazer uma aula prática no teatro, subindo, acendendo luz e apagando. Porque não adianta pegar o pessoal muito cru sem dar esse embasamento”, justificou.

Vindo de Rio das Ostras, Paulo Cesar Perru, de 40 anos, concordou com o professor. “O artista precisa ter as noções das variedades das artes dentro dessa arte específica. Também sou professor de artes e responsável por uma companhia, então tenho certeza que o aprendizado adquirido aqui, vai me ajudar a conduzir um trabalho muito melhor”, frisou.

Já José Facuri, de 70 anos, morador de Cabo Frio, destacou a amplitude do aprendizado. “Para quem já fez várias oficinas, o importante são as novidades do espirito criativo. E para quem está começando é o iniciar de tudo para que se amplie a prática do teatro, relacionada a interpretação, luz, som e cenografia”, concluiu.

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