Foto: Elsson Campos

A I Mostra de Cinema Latino-Americano de Maricá realizada no último fim de semana reuniu grandes nomes do cinema brasileiro, estudantes, professores, escritores conhecidos, diretores importantes e verdadeiros amantes da sétima arte, em três dias de exposição de curtas e longas metragens e rodas de debates no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), na Mumbuca, e no Cine Henfil, no Centro.

Durante toda a mostra foram exibidos 14 filmes, entre longas e curtas, como Voo Livre, Mercadoria, Insurgência pela paz, Mais náufragos que navegantes e muitos outros. A programação também contou com a banda Docentes Bárbaros e o espetáculo teatral Invisível do Grupo do Ceu de Teatro.

De acordo com os organizadores, Maricá foi escolhida para a primeira edição do evento, por conta do trabalho que a Prefeitura vem realizando através da Secretaria de Cultura na formação de público para o cinema alternativo.

Na abertura (dia 10/11), realizada no Cinema Henfil, o evento contou com a participação dos cineastas Julio Santucho e Silvio Tendler, além de Maria Prestes (viúva de Carlos Prestes) e a primeira dama Rosana Horta.

“Ver essa casa cheia, o público em plena sexta-feira para assistir essas coisas maravilhosas é tremendo e dá para perceber o quanto o povo se interessa pela cultura. Isso é apaixonante”, disse Rosana.

 

Segundo Leandro Gentil, um dos organizadores, a ideia da I Mostra de Cinema Latino-Americano em Maricá nasceu de um encontro informal entre ele e o Núcleo dos Irredentos. “Em principio pensamos em montar um festival, pois desconhecíamos a diferença entre festival e mostra”, contou Leandro. “A partir daí começamos a convidar os cineastas e uma reação em cadeia aconteceu. Um cineasta começou a convidar o outro, o projeto ganhou corpo e então veio essa parceria com a Prefeitura de Maricá, através da secretaria de Cultura”, explicou. “Em resumo essa é uma parceria muito bacana que fizemos com a Prefeitura e com o Núcleo dos Irredentos e o sindicato dos professores do estado”, completou.

Ainda de acordo com o organizador, há planos para que o evento passe a ser anual. “O espaço aqui do CEU é sensacional, intimista. Os debates mais profundos aconteceram aqui. O público do primeiro dia foi incrível, o Henfil ficou cheio e estamos formando um público. Vamos corrigir os erros e ver se há interesse para a realização de uma segunda mostra no próximo ano”, adiantou Leandro.

Andrea Cunha, secretária de Cultura, ressaltou a perpetuação da linguagem audiovisual na cidade. “A iniciativa foi da sociedade civil. Os professores se reuniram, idealizaram esse projeto e trouxeram para nós, justamente num momento extremamente especial em que desenvolvemos um processo de políticas públicas do audiovisual”, disse. Na próxima semana a secretaria também realiza a Mostra de Cine-Memória com filmes desde a década de 1940. “Para 2018, vamos ter festivais, além das oficinas e cinema nos bairros”, completou Andrea.

Moradora de Niterói, a estudante de comunicação, Amanda Soares (25 anos) soube da mostra através de uma amiga e afirmou ter gostado dos debates. “Eu fiquei sabendo através de uma amiga que é uma das organizadoras do evento. Está linda essa mostra com tudo ótimo! Façam mais mostras como essa”, pediu.

“Quero falar da minha emoção e felicidade de estar aqui hoje, nessa cidade tão linda, ao lado de cineastas de primeira grandeza apresentando esses filmes para vocês. Muito obrigado pelo convite”, agradeceu o cineasta Silvio Tendler, diretor do primeiro filme exibido, “Privatizações: a distopia do capital”.

Cineasta convidado, o argentino Julio Santucho, falou sobre a experiência positiva de Maricá desenvolver um festival que tem alcance junto aos jovens.

“Eu estive presente na abertura, na exibição dos filmes e nos debates e vi que há uma importante presença dos jovens e que eles estão participando e interagindo nos debates e isso por si só já é muito positivo”, completou. “Essa é uma mostra que trata de temas profundos. Aqui não vemos filmes de entretenimento. São filmes que trazem temas de história, cultura, política, debates atuais como, por exemplo, o papel da mulher na sociedade, a exclusão e marginalização da população negra, ou seja, temas profundos, temas sérios”, elogiou Santucho, admitindo ter vindo ao Brasil apenas para prestigiar da I Mostra em Maricá.

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