Diversos produtos com origem na África e de artesãos locais foram expostos na praça central - Foto: Clarildo Menezes

Uma parceria entre as secretarias de Cultura e Turismo promoveu nos dias 05, 06 e 07/05 (sexta a domingo), na Praça Orlando de Barros Pimentel (Centro), a união dos projetos Feirarte, Mercado das Artes e Maricá Mostra Cultura (galeria à céu aberto). Esta última trouxe como convidados os expositores de Eloya, a Feira Cultural da Africanidade.

Trabalhando com tecidos e feltros, a artesã da feira Eloya, Derenilce Gomes da Silva, (44 anos) adorou o tratamento recebido. “O pessoal veio até aqui falar com a gente e isso é muito bom. Porque um grupo quanto mais você unir, trocar ideia, melhor fica. Pretendo voltar outras vezes porque as pessoas só começaram a conhecer meu trabalho”, declarou. Segundo Cleide Félix (35), o frio inicialmente atrapalhou, mas não impediu um bom resultado. “Vendi alguma coisa sim, mas acredito que por conta do tempo frio o povo demorou a chegar”, avaliou. “O movimento começou mesmo para o final do dia. Mas para primeira vez, eu gostei muita da receptividade”, explicou.

Entre os produtos para comercialização estavam tapetes, toucas, bolsas, mochilas, abajur, sandálias, caixas em madeira, quadros, filtros de som, máscaras, turbantes, colares, acessórios, roupas com designers exclusivos, entalhe em madeira, tecidos de Senegal, roupas de santos, contas de orixás, guias para templos e centros.

A partir de agora, quem mora ou passa pela cidade tem a oportunidade de conhecer no local em todos os fins de semana, das 16h às 23h. Poderá ver o trabalho dos artesãos das feiras, com novas opções de presentes e lazer, com as barraquinhas da praça de alimentação e os shows dos artistas locais, “Pratas da Casa”. Além da gastronomia tradicional, nesta edição pratos da gastronomia africana podiam ser adquiridos. Entre eles: tapioca, vatapá e xinxin de galinha.

Vestida a caráter, Nilceia Nascimento vendia acarajé. “É feito de feijão fradinho descascado e moído. Essa pasta é frita no azeite de dendê. Depois a gente abre, tempera com vatapá, caruru, camarão e salada vinagrete e está pronto para comer. Essa é uma comida de iansã (orixá) que tem tudo a ver com a África porque foi criada pelos escravos e posteriormente tombada pelo patrimônio histórico. Por isso que a gente se veste de baiana, em sinal de respeito”, descreveu.

Acompanhada da filha e da neta, a aposentada Maria da Paz (75), moradora de Jacarepaguá e veranista da cidade adorou a novidade. “Eu estou achando muito bom. Não sabia que tinha essa feirinha aqui”. Claudia Soares Salgado (48) concordou com a mãe. “Isso é ótimo. Porque além de ser uma boa atração, ajuda a atrair as pessoas para cá, sejam moradores ou visitantes”, concluiu Claudia, antes de comprar, numa das barraquinhas da Feirarte, um kit com sabonete e toalhinha personalizado para a filha lhe dar de presente no Dia das Mães.

O evento também contou com uma roda de capoeira com a Associação Cultural Grupo Elo. Para Cristiane Andrade dos Santos (Professora Pesada), a capoeira tem tudo a ver com os afroempreendedores convidados. “Acho interessante termos recebido este convite para participar, porque a capoeira tem muito a ver com a feira afro”, pontuou. Entre as meninas da equipe que jogaram capoeira, a moradora do Saco das Flores, Thainá Almeida (19 anos). No colo, o pequeno Luiz Guilherme de apenas um mês. “Não parei de jogar capoeira por estar grávida. O bebê vem comigo desde a barriga, fica no meu colo, no colo do pai que também está aqui na roda e no carrinho”, explicou. As apresentações musicais ficaram por conta de Moniquinha Angelo (forró), Luis Fernando Estrela e Banda Amakina (pop, MPB e rock) e Banda Tá Tudo em Casa (samba, pagode e forró).

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