Obra foi escrita por Geraldo Sardinha, que frequentou o restaurante Calabouço na época da ditadura - Foto: Araújo José

O Cinema Público Municipal Henfil foi palco, na última sexta-feira (05/05), do lançamento do livro “Calabouço – Rebelião dos Estudantes Contra a Ditadura Civil-Militar em 1968”, que traz memórias do início do período mais duro do regime a partir do assassinato do estudante secundarista Edson Luís, no dia 22 de março daquele ano. A obra foi escrita por Geraldo Jorge Sardinha, um dos militantes que frequentavam o restaurante (Calabouço) no período. Sardinha, aos 17 anos, foi um dos que carregou o corpo do colega assassinado. A obra, cujo prefácio foi escrito por Paulo Gomes (companheiro de militância do autor), mostra relatos e fotos onde o próprio Geraldo aparece em atos e discursos.

Na plateia havia estudantes, membros de movimentos sociais e também integrantes do governo como o secretário de Comunicação, Ciência e Tecnologia, Sérgio Mesquita. Hoje com 73 anos, Geraldo Sardinha contou aos presentes que ficou preso no Brasil e também no Uruguai, onde passou cinco anos no exílio após a decretação do Ato Institucional nº 5 (o AI-5), em dezembro de 1968. “É preciso resgatar junto aos mais jovens a história da luta de classes no país, sobretudo neste momento que ele está sendo entregue ao capital estrangeiro dessa forma”, afirmou ele, que disse pertencer hoje a um grupo chamado de ‘Núcleo dos Irredentos’, dos que ainda não se renderam. Sérgio Mesquita adiantou que pretende articular a visita do autor a escolas da rede municipal.

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