Conselho cobra da Petrobras medidas para redução de impacto das obras do emissário do Comperj

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Conselho cobra da Petrobras medidas para redução de impacto das obras do emissário do Comperj

Integrantes do Conselho das Cidades de Maricá se reuniram na manhã desta sexta-feira (01/08), no Paço Municipal, para solicitar da Petrobras – empresa responsável pela implantação do emissário de efluentes do Comperj – medidas de redução dos impactos das obras que estão sendo realizadas na Rua 60 e na Avenida B, em Itaipuaçu.

Presidente do conselho, o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Alan Alves, questionou a empresa sobre as ações que estão sendo feitas para diminuir os transtornos causados pelas obras. "Representando o poder público municipal e a população maricaense, estou preocupado com a dificuldade de acesso, com os impactos ambientais e com os possíveis danos que possam ser gerados nas ruas próximas à obra", disse.

Convidado para participar do encontro, o vice-presidente da Câmara de Vereadores, vereador Aldair Nunes Elias (Aldair de Linda), ratificou a preocupação do conselho. "Tenho recebido e-mails e telefonemas dos moradores do local que reclamam da dificuldade de entrar e sair de casa. Além disso, há vias que estão intransitáveis, como, por exemplo, a Rua 59, principalmente após as chuvas", denunciou o vereador.

De acordo com o gerente do empreendimento e superintendente operacional da OAS (empreiteira contratada pela Petrobras), Fernando Stremel, antes da execução das obras foram realizados diversos encontros com as comunidades envolvidas nos quais foram explicados os processos de implantação do emissário. "Realizamos inúmeros estudos da área, respeitando todos os procedimentos e normas da engenharia e da Petrobras. Infelizmente", continuou Stremel, "transtornos serão gerados, mas queremos esclarecer que estamos fazendo o possível para diminuir os problemas", afirmou. O superintendente elencou algumas ações implantadas para minimizar os efeitos da obra: a criação de passagens exclusivas para pedestres, de um estacionamento privativo com vigilantes para os moradores das vias diretamente afetadas pelas escavações, da implementação de projetos de educação ambiental e de trânsito destinados especialmente para alunos das escolas municipais no entorno das intervenções. O superintendente listou ainda as reuniões com líderes comunitários, além de visitas domiciliares que traçaram um diagnóstico socioambiental da região.  "Estamos aqui hoje reunidos para cobrar ações legítimas e mostrar que estamos acompanhando e fiscalizando a execução das obras", ressaltou o secretário Alan Alves.

Fernando aproveitou para apresentar detalhadamente o método construtivo e o projeto de implantação do emissário.

Entenda a construção

A obra consiste na implantação do emissário que tem a função de vai transportar o efluente industrial produzido no Comperj até um ponto no mar a aproximadamente 4 km da praia de Itaipuaçu, atravessando as cidades de Itaboraí e Maricá. Antes de serem lançados, os efluentes serão tratados em uma estação dentro do próprio complexo, seguindo as resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e só então serão lançados no mar, de forma que a dispersão garanta níveis seguros de concentração dos componentes no meio ambiente.

Com 45 km de extensão, a obra foi dividida em quatro trechos, três deles em Itaboraí e o último em Maricá, com 15 km (10 km na área urbana e 5 km na área rural). Segundo o projeto da OAS, em Maricá, a obra envolve intervenções no Bosque Fundo, em Cassorotiba, além da Avenida B e da Rua 60. Segundo a empresa OAS, a obra é executada por quadras, e em cada etapa são obstruídos pequenos trechos das vias. Em geral cada intervalo de 60 metros é finalizado em uma semana de trabalho. No entanto, ainda de acordo com o superintendente, esse prazo é estendido em períodos de chuvas. "Com o intuito de evitar acidentes, orientamos as nossas equipes de trabalho para não deixar vala aberta nem que para isso seja necessário trabalhar até às 22h, como já foi feito", declarou Fernando.

Outro ponto abordado pela empresa contratada foi quanto ao possível dano causado à residência de um morador. "Foram feitas visitas aos domicílios da área envolvida e foi realizado um mapeamento prévio do estado no qual se encontrava cada casa. Caso haja um dano causado pela obra, nos comprometemos a repará-lo. Assim como temos a responsabilidade contratual de, após o fim das intervenções, manter o estado da rua igual ao encontrado no período anterior às obras", concluiu o superintendente.