“Psicose” encerra festival de Hitchcock em Maricá

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"Psicose" foi eleito pela crítica especializada como o 11º melhor filme de todos os tempos e o melhor do gênero de horror

O festival do suspense em Maricá será encerrado nesta quarta-feira (28/08) com a exibição de “Psicose” (1960 – EUA), o maior clássico de Sir Alfred Hitchcock. O filme será apresentado gratuitamente ao público a partir das 19h, na sala do Cineclube Henfil, na Casa de Cultura, no Centro. Neste mês, a secretaria municipal de Cultura, por meio do projeto Cineclube Henfil, exibiu outras três obras de sucesso do diretor britânico (“Os Pássaros”, “A Dama Oculta” e “Janela Indiscreta”).

“Psicose” foi um dos filmes de maior retorno comercial para Hitchcock. O filme custou apenas US$ 800 mil e faturou mais de US$ 40 milhões nas bilheterias. A obra é baseada no livro de mesmo nome de Robert Bloch e o diretor britânico comprou anonimamente os direitos do livro por somente US$ 9 mil, após a obra literária receber uma boa crítica no “New York Times”. Hitchcock também retirou de circulação todos os exemplares existentes para evitar que o público descobrisse o final da história.

O filme foi uma aposta de Hitchcock, já que havia sido rejeitado pelos executivos da Paramount (um dos principais estúdios dos EUA), que consideraram as cenas de violência muito chocantes para a época. Na trama, Marion Crane (Janet Leigh) é uma secretária que rouba US$ 40 mil da imobiliária onde trabalha para se casar. Na fuga, uma tempestade faz com que erre o caminho e decida parar no Bates Motel. O estabelecimento é administrado por Norman Bates (Anthony Perkins), um sujeito que é dominado pela mãe. Marion decide passar a noite no local, sem saber que é a única hóspede e do perigo que a cerca. O filme tem uma hora e 47 minutos de duração.

Na célebre cena do esfaqueamento no chuveiro, o diretor utilizou truques de gênio: para simular o sangue em um filme em preto&branco, calda de chocolate foi a solução. Foram sete dias para fazer a tomada, com 70 diferentes posições de câmera deixando o público extremamente tenso. O ato violento em nenhum momento aparece, somente o sangue da vítima escorrendo pela banheira e as punhaladas do assassino. Mas o som da facada no corpo existe e nada mais é que a reprodução de uma facada em um melão. O diretor também usou a trilha sonora, transformada em ícone do cinema, para marcar a tensão.

Por opção de Hitchcock, o filme foi rodado em P&B para evitar que ficasse ensanguentado. Para economizar, o cineasta se valeu de boa parte do elenco de sua série de TV “Além da Imaginação”, então exibida em uma emissora americana. Famoso por participar, Hitchcock aparece no filme por quatro minutos usando um chapéu de cowboy do lado de fora do escritório onde Marion trabalha.

“Psicose” foi eleito pela revista “Entertainment Weekly” como o 11º melhor filme de todos os tempos e o melhor do gênero de horror. Recebeu quatro indicações para o Oscar – melhor diretor (Alfred Hitchcock), melhor atriz coadjuvante (Janet Leigh), melhor fotografia e melhor direção de arte – preto&branco. Janet Leigh também levou o Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante.

Houve três sequências (Psicose 2, em 1983), (Psicose 3, em 1986) e (Psicose 4 – A Revelação, de 1990), mas somente o primeiro filme foi dirigido por Hitchcock. Em 1998, o diretor Gus Van Sant fez um remake do filme, com Vince Vaughn e Anne Heche nos papéis principais.

O britânico dirigiu mais de 50 filmes em uma carreira de seis décadas e se tornou um ícone cultural. Ele morreu em casa, aos 81 anos, na cidade de Los Angeles. A Casa de Cultura fica na Praça Orlando de Barros Pimentel, no Centro. Trinta minutos antes da sessão haverá distribuição de senhas.