O Dia Nacional do Cinema foi celebrado neste sábado (19/06) em Maricá com a abertura da primeira Mostra Online de Cinema da cidade, que ocorreu numa transmissão via internet apresentada pelo secretário municipal de Cultura, Sady Bianchin. O evento começa nesta segunda-feira (21) e vai até o dia 30, com um total de 30 sessões durante os dez dias, transmitidas pelas páginas da Prefeitura de Maricá e da Secretaria de Cultura no Facebook e Youtube, às 16h, 19h e 21h. Entre as obras apresentadas estão documentários sobre artistas, poetas, pensadores e músicos brasileiros, além de filmes premiados em festivais nacionais e internacionais.

A live que abriu oficialmente a mostra teve a participação de diretores consagrados que terão produções exibidas, como Silvio Tendler, Jaime Monjardim e Cavi Borges, além do roteirista Flávio Tambellini. O primeiro a falar, porém, foi o diretor-presidente do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), Celso Pansera, que falou sobre o projeto de criação de um polo de produção audiovisual e de uma plataforma de streaming para exibição, que anunciado na semana passada.

“Além do fomento à produção artística que é nossa meta, cremos que o polo de cinema poderá ser uma alternativa para substituir no futuro os royalties do petróleo, que é um recurso finito em, no máximo, 20 anos, e temos de nos preocupar com isso”, projetou Pansera. A iniciativa foi muito bem recebida pelos cineastas que participaram da transmissão.

“Num momento em que estamos sendo vilipendiados e massacrados o tempo todo por este governo, é muito bom saber que existe Maricá com esta disposição. É uma cidade apta a desenvolver essa vocação audiovisual com todo tipo de locação, um verdadeiro oásis neste deserto atual”, afirmou Flávio Tambellini, ao revelar que irá participar da primeira produção do polo, um filme sobre a revolta dos malês na Bahia (com partes rodadas em Maricá e em Salvador) e direção de Antonio Pitanga. “Isso também vai gerar trabalho para todos, além de recursos que voltam para a cidade”, avaliou.

O secretário de Cultura de Maricá, Sady Bianchin, adiantou ainda que o escopo do projeto contempla também a criação de uma escola de capacitação para equipes de bastidores e de uma cooperativa de atores. Além disso, ele disse que pretende lançar um manifesto do cinema brasileiro dentro do Cine Henfil, no centro da cidade, com a presença de diversos diretores. “Queremos que Maricá se torne uma referência em todos os saberes possíveis, e que o cinema seja mais um deles”, explicou.

Com três filmes agendados na mostra já nos primeiros dias – entre eles o consagrado ‘Jango’ –, o diretor Silvio Tendler disse que está à disposição para participar do projeto da forma que for possível. “Maricá é uma cidade inovadora e revolucionária, e essa iniciativa é mais uma prova disso. Quero muito participar”, reforçou Tendler, ao anunciar em primeira mão o seu novo projeto, que será filmar e dramatizar as cartas trocadas pelo casal Luís Carlos Prestes e Olga Benário, quando ambos estavam na prisão. O acervo foi recentemente recuperado pela única filha do casal de revolucionários, a professora Anita Leocádia Prestes.

Para Jaime Monjardim, que dirigiu a cinebiografia de Olga Benário e cuidou da produção da série televisiva sobre sua mãe, a cantora Maysa (que será exibida na mostra), Maricá é um polo de lembranças. “Eu sou mais da televisão, mas sei que Maricá já foi palco para inúmeros filmes e também novelas. É uma cidade que me pertence, estou muito ligado a ela”, garantiu, enquanto Cavi Borges revelou ter feito uma pesquisa sobre produções que foram rodadas na cidade ao longo dos anos, procurando realizadores que filmaram por aqui. “Descobri que Maricá já era um polo de cinema bem antes da criação deste polo”, observou o diretor, que também tem três produções na programação.

 

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