Familiares e profissionais da rede trocaram experiências a respeito da patologia -Foto: Clarildo Menezes

Encerrando as ações da Semana de Conscientização do Autismo, a Secretaria de Educação promoveu na manhã desta sexta-feira (06/04) um encontro para troca de experiências entre profissionais e familiares a respeito da patologia. A roda de conversa, realizada no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), na Mumbuca, teve aproximadamente duas horas de duração, sendo conduzida pela professora da Rede Municipal, Patrícia Antunes, com a participação da convidada e também professora, Cassia Lemos, que discursou sobre a importância do mediador na vida de crianças e adolescentes portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA), que segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), atinge cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo.

De acordo com a mediadora Cassia Lemos para que um profissional de Educação possa atuar como mediador de um aluno portador de algum tipo de deficiência, acima de tudo, é necessária sensibilidade, afetividade, paciência, persistência e respeito. “Eu sou mediadora na Escola Municipal do Retiro desde 2017, onde acompanho o jovem Gabriel, de 15 anos, diagnosticado com autismo e hoje vim apresentar para as mães, pais e todos aqui presentes a importância do papel do mediador na vida de uma criança diagnosticada com autismo. O mais importante aqui é estimular o dialogo com os pais, pois embora o nosso trabalho seja com os filhos é indispensável passar informação e principalmente trocar experiências”, afirmou Cássia. “Além disso, para mim, como profissional, é muito gratificante e motivador trabalhar em uma escola da rede municipal de Maricá, na qual, há uma gestão que me apoia, tira todas as minhas duvidas e verdadeiramente trabalha em equipe com um só coração”, ressaltou Cássia.

Para Eleonora Beatriz Lima, mãe do jovem Vinicius Ferreira, de 25 anos, diagnosticado com autismo desde os 12 anos, o trabalho realizado pela Prefeitura através da secretaria de Educação está de parabéns e deve ser comemorado. “A minha história é um pouco diferente da maioria das mães aqui presente porque o meu filho já vai completar 26 anos e na época em que eu percebi que ele possuía um comportamento diferente das outras crianças ainda não havia um conhecimento e um apoio como o que existe hoje. Há 20 anos ninguém falava sobre autismo”, lembrou Eleonora. “Quando eu tive o diagnostico apesar de ter sido difícil de ouvir, para mim abriram as portas, pois tirou um peso dos meus ombros em relação aos julgamentos que os outros faziam em relação ao comportamento do meu filho como se a culpa pela hiperatividade dele fosse minha”, explicou. “A partir daquele momento eu vi o quanto eu já tinha conseguido progredir com o meu filho. Por isso quero dividir com as mães presentes aqui hoje as minhas experiências. Hoje meu filho é adulto e os desafios são outros, como por exemplo, a busca por emprego, mas aqui há mães com crianças e adolescentes e por isso quero dar a elas a ajuda que eu não tive”, completou. “Tenho muito orgulho do meu filho e da minha luta”, frisou Eleonora.

Segundo a professora da rede municipal  e uma das organizadoras do evento, Lucia Araújo,  embora essa roda de conversa encerre a Semana de Conscientização do Autismo, que teve inicio no dia 02 de abril (data que se comemora o Dia Mundial do Autismo) com uma caminhada pelo Centro de Maricá, as escolas da rede municipal continuarão trabalhando, internamente, o tema “Autismo” de várias maneiras ao longo do mês de abril, através de palestras, artes, murais, além de atividades com os familiares.

Deixe uma resposta

Please enter your comment!
Please enter your name here