Semana reuniu professores, profissionais da área clínica e familiares de pessoas autistas - Foto: Fernando Silva

Realizada pela Prefeitura de Maricá através da Secretaria de Educação, a Semana de Conscientização do Autismo têm reunido professores, profissionais da área clínica e familiares de pessoas autistas em atividades que tem como principal objetivo a conscientização a respeito deste transtorno que pode causar problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e no comportamento social.

Palestrante convidada na última quinta-feira (06/04) a professora Verônica de Sá Machado Amorim esteve no CEM Joana Beneditca Rangel para falar sobre o processo de aceitação que faz toda diferença na vida do autista. “Todos precisam começar a perceber a importância de reconhecer o indivíduo com autismo no nosso meio. Eles possuem os seus potenciais e precisam ser valorizados, precisam ser olhados com um olhar diferenciado e de amor. Essa aceitação tem que ser da família, da escola e da sociedade”, pontuou a pedagoga que é diretora da Clínica Escola do Autismo, em São Gonçalo.

Mãe de um menino autista de oito anos, Verônica apresentou a evolução do seu filho como um estudo de caso e afirmou que pode perceber a mudança na vida dele a partir do momento em que aceitou o que ele tem. “Enquanto ficamos na ansiedade pela busca de uma cura que não existe, deixamos de perceber cada vitória que poderíamos alcançar com o tratamento adequado”, ressaltou ao apresentar ao público as diferentes técnicas de comunicação, dessensibilização e estímulo do sistema sensorial.

“É importante que os profissionais que trabalham com crianças autista percebam que precisam desenvolver a autonomia deles.Os pais também precisam dar liberdade para que eles se desenvolvam, não vamos estar sempre aqui. Não podemos ser bengalas”, concluiu.

Gerente de Diversidade e Inclusão Educacional, Hellen de Azevedo explicou que a Semana de Conscientização do Autismo serve para aprofundar assuntos que são abordados durante o ano inteiro. “A rede municipal de Educação procura desenvolver um trabalho individualizado através da nossa gerência. Atendemos a cerca de 700 alunos com deficiência, que precisam ter suas necessidades reconhecidas”, destacou Hellen falando também sobre a responsabilidade de se conhecer os alunos como um todo. “Mensalmente temos reuniões para tratar de estudos de caso e planejamento para os alunos da nossa rede, que atualmente são cerca de 160 autistas. O professor tem que ser um pesquisador de vidas, porque o autista requer um conhecimento maior dele. Não ir na dificuldade, e sim na potencialidade”, finalizou.

Orientadora educacional da Escola Municipal Mata Atlântica, no Recanto de Itaipuaçu, Andrea Granzotto elogiou a iniciativa. “Estou tentando participar de todas as atividades realizadas nessa semana de conscientização, sempre aprendemos muitos com as novas experiências que nos trazem”, afirmou Andrea, dizendo ainda que a palestra da Verônica alertou a todos sobre a importância da sensibilidade. De um olhar amoroso e atento não só com a criança diagnosticada com Transtornos do Espectro Autista, mas também com sua família. “As famílias também estão aprendendo sobre o desenvolvimento dos autistas. Em nossa escola nós já procuramos trazer os pais para nossa relação, porque assim nós podemos aprender juntos. Agora mais que antes, vou procurar ser um elo de ligação pais, alunos e escola, para que a coisa não se perca”, disse.

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