A luta por poder e liberdade entre cinco mulheres é o fio condutor do espetáculo “Amargas Almas”, que foi a atração no Cinema Público Henfil neste fim de semana. Na noite de sábado (09/09), um bom público prestigiou a produção escrita e dirigida por Ribamar Ribeiro e encenada pelas atrizes Fabíola Rodrigues, Fernanda Dias, Nívea Nascimento, Carla Meirelles e Juliana Santos, todas da companhia de teatro Os Ciclomáticos.
O texto conta a história das personagens que vivem numa mesma casa fazendo bordados e esperando o que seria a volta de seus homens, sob as ordens de uma severa matriarca. A convivência expõe uma série de mágoas e ilusões perdidas, que geram conflitos entre elas.
Segundo o diretor Ribamar Ribeiro, esses conflitos são comuns em diferentes famílias. “São coisas difíceis de se lidar porque têm a ver com essa disputa por poder e por autonomia. Creio que muita gente vai se identificar com as situações que aparecem no texto, que prende a atenção da plateia”, avaliou ele.
De fato, muita gente saiu do local impactada com o que viu. A dona de casa Elisabeth de Albuquerque, de 58 anos, apontou similaridades com o espiritismo kardecista, do qual é adepta. “Lembra os ‘karmas’ que as pessoas carregam ao longo de muitas vidas e que precisam solucionar. É realmente impactante, toda a peça”, classificou ela, que mora no Centro da cidade. Para Norma Lemos, que tem 55 e vive no mesmo bairro, o espetáculo é uma demonstração de vida. “O que é legal também é que o elenco se doa bastante, é bonito de ver. Adorei e recomendo a todos”, disse.
Além da peça, o casal formado pelo aposentado Cristóvão Ferraz, de 62 anos, e a dona de casa Marlene Carvalho, de 63, falou ainda do espaço onde foi encenada. “Esse teatro é belíssimo, uma mostra do quanto a cidade cresceu nos últimos anos. Agora pode oferecer lazer gratuito para sua população”, pontuou Cristóvão, que mora com a esposa em Santíssimo (subúrbio do Rio) e tem uma casa no bairro de Pindobas há mais de 40 anos.
