Teatro do Oprimido realiza oficina no CAPS-Maricá

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O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Maricá realizou nesta quinta-feira (29/11), uma oficina terapêutica com o Teatro do Oprimido.  Dezenas de usuários participaram das atividades propostas pelo ‘coringa’ Alessandro Conceição e a estagiária Jéssica Limqueurer, entre 9h e 12h. Segundo a diretora do CAPS, a psicóloga Camila Silva, a ideia é preparar uma apresentação teatral dos usuários para a programação de Natal, que acontecerá no dia 14 de dezembro, às 14h.

Durante a oficina foram feitos exercícios de alongamento e de concentração, além de brincadeiras de socialização como a de agregar adjetivos positivos aos próprios nomes, ou a brincadeira de cabana (troca de lugares e pessoas), entre outras ações. Gilberto da Silva Brito, de 40 anos, é artesão e escultor e participou de tudo. “Gostei, é uma coisa nova. Sempre é bom aprender”, comentou. Nilson Alves dos Santos, 52 anos, é servidor público aposentado e usuário do CAPS. Há um ano na entidade, garante que o CAPS promoveu uma melhora de relacionamento e de saúde, de forma geral. “A maioria aqui desconhece, mas está gostando. Precisamos de mais eventos e apoio, como pessoal e material para as oficinas”, enfatizou.

De acordo com Camila Silva, a demanda pela instituição cresce dia a dia. “O CAPS é a base do Programa de Saúde Mental do município, e seu órgão regulador. Trabalhamos em rede com os demais serviços, com pessoas portadoras de psicoses e neuroses graves, em parceria com outras secretarias”, descreveu, anunciando que, em 2013, o organismo contará com o CAPS AD, que trabalhará especificamente com distúrbios mentais provenientes de dependência química – álcool e outras drogas. “As oficinas terapêuticas (teatro, música, dança, artesanato) são parte importante do tratamento dos nossos usuários. O trabalho tem como objetivo o resgate do indivíduo ao convívio familiar, aos vínculos afetivos e a reinserção social, posição contrária à internação compulsória, considerada única alternativa para essas pessoas, até alguns anos atrás”, completou.

Teatro do Oprimido

O Teatro do Oprimido foi criado pelo dramaturgo Augusto Boal, com base na pedagogia de Paulo Freire. Boal faleceu em 2009, mas deixou um legado existente hoje em 80 países. No Brasil, o projeto está presente em quase todos os estados. Só com o Programa de Saúde Mental, o Teatro do Oprimido já atuou nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe, com cerca de 10 mil usuários.

O trabalho é desenvolvido através de ‘coringas’, multiplicadores com experiência que formam outros multiplicadores, e acontece também em presídios, associações de moradores, pontos de cultura e demais instituições públicas.