Maricá comemora Semana Mundial do Aleitamento Materno

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A campanha visa aumentar o número de doadoras em Maricá, orientando sobre a importância da amamentação

Arthur Garcia Figueiredo tem apenas 11 dias de vida, e é amamentado com carinho por sua mãe, Shirley Garcia, sob os olhares do paizão Renato Figueiredo. É um bebê sadio e tranqüilo, alimentado com leite materno, rico em nutrientes e antibióticos naturais.
 
Quadros como esse acontecem diariamente, no Posto de Coleta de Leite de Maricá. Dentro de uma semana, Shirley será uma provável doadora de leite, colaborando, com este ato de amor, para que outros bebês, assim como seu filho, possam desfrutar de um alimento saudável e forte, indispensável aos seus primeiros meses de vida.
 
Campanha em 3D
Do dia 1º a 7 de agosto, e durante todo o mês, Maricá participa das comemorações da Semana Mundial do Aleitamento Materno (AM), com uma campanha de divulgação dos serviços oferecidos pela Secretaria Municipal de Saúde, através do Programa de Atenção à Saúde da Mulher, da Criança e Adolescente. A campanha deste ano traz como tema “Amamentação: uma experiência em 3D”: tempo (da gravidez ao desmame), lugar (a casa, comunidade, sistema de saúde, etc.) e comunicação (divulgação na mída, formadores e multiplicadores de opinião, etc.).
 
Em Maricá, a campanha informa e orienta mães sobre o Ponto de Coleta de Leite Materno, instalado no Posto Central de Atendimento à Saúde. Segundo a coordenadora de Aleitamento Materno, assistente social Sandra Caetano Figueira, Maricá detém dois títulos conferidos pelo IUBAAM – Incentivo à Unidade Básica Amiga da Amamentação -, além do selo de “Município Amigo da Amamentação”, conferido pela Rede de Bancos de Leite Humano e pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Maricá foi também o primeiro município da Região Metropolitana de Saúde II, a ter uma sala de coleta de leite materno, inaugurada em outubro de 2010.

Crescimento da demanda
Mesmo com o reconhecimento a esse trabalho, o número de quatorze doadoras é mínimo, face ao crescimento demográfico de Maricá. De acordo com  Sandra, o volume de leite coletado é insuficiente até para as prioridades. “Por isso, nos unimos à rede de bancos coletores para divulgação da campanha. Nosso trabalho inclui orientação e aconselhamento, além da simples coleta. O leite coletado vem congelado, e é enviado ao Banco de Leite do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), para pasteurização, o que lhe confere maior durabilidade, sem alteração dos nutrientes", diz.

A prioridade é para as UTIs neonatais. O leite é também destinado para mães portadoras dos vírus HIV e da hepatite, com mastite e outras infecções agudas ou crônicas, impossibilitadas de amamentar. A equipe (uma enfermeira, uma psicóloga, uma assistente social, uma fonoaudióloga e uma fisioterapeuta), acompanha o trabalho da Puericultura, desde a imunização do bebê (vacinas, teste do pezinho e do olhinho), e orienta as mães para doação.

Doadoras – Ainda segundo Sandra, qualquer mãe saudável pode ser doadora. Para isso, basta apresentar o laudo médico do último trimestre do exame pré-natal.

"Nosso dilema hoje é atender a uma demanda que cresce dia a dia. Precisamos aumentar o número de doadoras, para que o leite chegue até aquelas crianças cujas mães, por um motivo ou outro, deixaram de amamentar. A carência nutricional da criança nas primeiras semanas de vida, tem de ser suprida. O leite humano é o alimento mais completo que existe e, para o bebê, essencial. Orientamos sobre medidas de higiene e como proceder para a extração do leite com vidros esterilizados que fornecemos. O prazo de coleta é de, no máximo, 15 dias, para que o leite possa ser aproveitado”, conclui.