A atleta paralímpica Emanuelle Oliveira foi aplaudida em sua chegada à Escola Municipal João Bezerra (Divinéia), onde cursa o 7° ano. A aluna, que nasceu com paralisia cerebral, representou Maricá nas Paralimpíadas Escolares 2021 que aconteceram entre 23 e 26/11, em São Paulo, garantindo três medalhas: ouro no atletismo, prata em arremesso de peso e prata em arremesso de pelota.  

O convite para a competição foi feito pelo professor Cosme Nascimento, da Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (Andef), onde a menina faz fisioterapia. “Quando a convidei, eu a observava com um grupo assim, como hoje, e a cabecinha dela estava sempre mais arriada. Eu senti que ela tinha que ter uma oportunidade de mostrar o potencial que tem. O movimento paraolímpico propicia isso, porque esporte não é só performance, é integração também. Hoje, Emanuelle já levanta um pouco a cabeça quando está em grupo e a tendência é levantar ainda mais”, disse.    

Emoção na família 

Mãe de Emanuelle, Erica Oliveira contou que tudo começou como uma experiência para a filha, já que não conhecia o esporte e nunca tinha participado. “Seria uma emoção participar, por ela poder conhecer outras pessoas com deficiências iguais, mas foi uma emoção muito grande. Quando ela começou a ganhar, foi ficando ainda mais motivada. E nós vimos que Emanuelle pode conquistar muito mais. Ela já falou que ano que vem ela vai se preparar. Se interessou até por outra modalidade, a bocha”, declarou.  

Na modalidade arremesso de peso teria que ser numa cadeira específica que a atleta não chegou a treinar por falta do equipamento.  “Lá que a gente pegou uma cadeira emprestada com outra criança, só que ela é direita e a outra criança esquerda, então a Emanuelle não tinha nenhum apoio. Mesmo com todos os empecilhos, ela conseguiu conquistar a medalha de prata”, comemorou Oliveira.  

Pai de Emanuelle, Vagner Vinicius agradeceu a parceria da escola. “Mandaram os exercícios antes para ela ficar tranquila. O colégio a pegava na porta de casa, depois trazia de volta. Todo mundo aqui se dedica muito às crianças. Eles abraçam o aluno. Estão de parabéns”, agradeceu.   

Convite para novos projetos 

O secretário de Esporte e Lazer, Filipe Bittencourt, disse que Emanuelle tornou-se exemplo para muitas crianças e a convidou para fazer parte de um projeto que está sendo criado por sua pasta.  

“Estamos montando o projeto ‘Maricá Cidade Olímpica e Paralímpica’ e vamos trabalhar a formação dos atletas da cidade para disputar olimpíadas e campeonatos. Quero convidar você, Emanuelle para estar junto nesse projeto que vai ser importantíssimo. Pode ter certeza que você vai ter os melhores treinamentos aqui, porque vamos preparar realmente as pessoas da cidade para serem atletas de alto nível”, convidou Filipe. “Maricá tem muitos talentos e queremos oferecer o melhor para que eles não precisem sair da cidade para treinar”, completou.  

Em nome da Secretaria de Educação, a assessora pedagógica da coordenação de educação física e projetos desportivos Sharlene Souza também fez um convite à moradora de Guaratiba. “Esse ano, implementamos na rede um projeto sobre as paralimpíadas, aproveitando o momento em que ela acontecia. No ano que vem, se você concordar, queremos te levar para participar de palestras nas escolas, para que todos os alunos possam conhecer e se inspirar também em sua história, incentivando-os a participar também”, convidou.  

Entrega de certificados a outros participantes 

Durante a solenidade, também foram entregues os certificados de Eloísa Nascimento, aluna do 9º ano que conquistou as medalhas de bronze e prata na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica de 2020 e 2021, respectivamente.  

“Fiquei surpresa quando em 2020 a professora me avisou que eu ia participar, em cima da hora, porque com a pandemia talvez não acontecesse. Então, não me preparei muito, mas consegui. Esse ano, tive mais um tempo de preparação e já consegui outra medalha. Ano que vem eu vou buscar a de ouro”, garante Eloísa Nascimento, 15 anos, que mora próximo da escola.  

Diretora da unidade, Simone Reis admitiu que a história de Emanuelle foi uma surpresa para ela, que treinou cerca de dois meses apenas e explicou porque promoveu o encontro das duas alunas. “Sabíamos que tinha muitas estrelas aqui, e ela brilhou. A Eloísa já temos desde pequena como brilhante. A vida dela tem várias superações. Na pandemia, ela focou nos estudos e alcançou a prata e o bronze. Tenho certeza que ano que vem vai ser o ouro dela. Assim como a Emanuelle, a Eloísa também é uma inspiração. A Emanuelle tem a superação física e a Eloísa tem a superação intelectual e emocional. Elas nos mostram que, mesmo com todas as dificuldades, foram capazes de conseguir o que queriam”. Todo mundo pode”, afirmou. 

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