Terceira edição do curso da Ação Interdisciplinar de Habitação - Foto: Katito Carvalho

Moradia como instrumento de cuidado da saúde, família e comunidade e patologias construtivas foram os temas do primeiro módulo da 3ª Ação Interdisciplinar Habitação, Cidade e Cidadania. Promovido pela Secretaria de Habitação e Assentamentos Humanos, o encontro reuniu os munícipes na noite desta quinta-feira (18/10), no Cineteatro Henfil, no Centro.

Palestrante do primeiro tema, a assistente social e doutoranda em Arquitetura e Urbanismo, Aline Rocha, abordou questões sobre melhoria habitacional como promoção da saúde do indivíduo, família e comunidade. Para ilustrar melhor sobre o assunto discutido, a assistente social levou a experiência do Projeto Arquiteto de Família, que aconteceu entre os anos de 2009 e 2016, na comunidade Vital Brazil, na Zona Sul de Niterói. Durante este período, 170 famílias desta localidade receberam gratuitamente de arquitetos e assistentes sociais, as orientações de segurança e riscos à saúde com relação a sua moradia. Na ocasião, os integrantes do Arquiteto de Família elaboravam um novo projeto para àquela residência, tendo algumas obras executadas por meio de parceria entre a ONG Soluções Urbanas e o Instituto Vital Brazil. Em muitos casos, eram elaborados mutirões com os moradores a fim de reformar a casa do beneficiado.

“O impacto na saúde física e mental, segurança no sentido de redução de riscos de desabamentos, de catástrofes e na questão do conforto, significa uma melhoria na qualidade de vida para as famílias. Compreendendo conforto não como uma questão de estética, mas de prevenção à saúde”, afirmou. “Por exemplo, quando se faz uma abertura de vão, você consegue fazer uma ventilação cruzada e isso impacta em doenças respiratórias. Quando se consegue tirar o mofo de uma parede, ou até mesmo tirar a infiltração de um teto, isso impacta diretamente na saúde da família. O projeto Arquiteto de Família ilustra essa vontade de promover saúde por meio da requalificação de moradia”, explicou Aline.

A secretária de Habitação e Assentamentos Humanos, Rita Rocha destacou o interesse de novos participantes no primeiro módulo, o que representa cerca de 80% do público presente. “Ficamos muito felizes de poder compartilhar conhecimento. Nós somos técnicos que trabalhamos em prol da população para que ela tenha acesso maior à informação. Isso é muito gratificante”, disse.

Ainda segundo a secretária, o público é composto também por pessoas que porventura se identificam com as causas relacionadas à habitação. “Às vezes aparecem muitos técnicos do próprio executivo que se envolvem nas causas da habitação, ou em projetos que temos em parceria com outras secretarias. Então algumas assistentes sociais, pessoas que trabalham na área social vêm especificamente para ter mais informações quanto na parte social, como na parte de habitação”, avaliou.

Morador de São Gonçalo, o assistente social Luis André da Costa, de 47 anos, tomou ciência do módulo por meio do site e das redes sociais da Prefeitura de Maricá. Sua experiência durante seis anos realizando projetos sociais em comunidades, o incentivou a vir para o município e realizar o curso. “Estou achando muito bom as informações que estão sendo passadas pela palestrante. Você ter um pouco mais de conhecimento para agregar tanto na sua área de atuação, quanto na área que perpasse por outras profissões, é muito gratificante”, analisou.

Cenógrafo e estudante do 8º período do curso de Arquitetura, Luis Fernando Mendonça, de 35 anos, avalia como importante a disseminação gratuita de informações técnicas para pessoas que não têm acesso ao Ensino Superior. “Acho que, como estudante de Arquitetura, foi muito enriquecedor. Quando falamos de arquitetura não estamos falando somente de construção, e sim, de uma questão social. Eu acho que a função do arquiteto não é só levantar parede e o curso aborda muito essa questão social”, afirmou o estudante, que pensa em elaborar seu trabalho de conclusão de curso sobre sociologia urbana.

Realizada desde 2017, esta é a 3ª edição da Ação Interdisciplinar Habitação e Cidadania, que já formou mais de 200 pessoas no curso que aborda temas relacionados à qualidade de vida, moradia digna, habitação segura e saudável, o direito à cidade e o exercício da cidadania.

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