Foto: Marcos Fabricio

O Movimento de Mulheres de São Gonçalo, em parceria com a Secretaria de Assistência Social de Maricá, apresentou em fevereiro o seminário do projeto “Tecendo Redes: Proteção e Defesa de Crianças e Adolescentes”, no Cinema Público Henfil, no Centro. A iniciativa do movimento de mulheres de São Gonçalo é financiado pela Petrobras e contempla ações de prevenções à violência doméstica e a exploração sexual de crianças, adolescentes e jovens. Na cidade, o projeto vai envolver as secretarias de Assistência Social, Educação e Saúde.

O seminário reuniu a assistente social e gestora de projetos do Movimento de Mulheres de São Gonçalo, Marisa Chaves; a diretora do Movimento de Mulheres, Elizabeth da Luz; a conselheira tutelar Janice Póvoa, representando os Conselhos Tutelares I e II de Maricá; a Coordenadora da Juventude, Mariana Mello; a presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes e coordenadora deste atendimento na secretaria, Sylvia Cantuária; e a fiscal social do projeto pela Petrobrás, Tamie Kawaka; além do secretário de Assistência Social Jorge Castor e de vereadores de Maricá e Tanguá.

Em sua palestra, Marisa citou as ações possíveis para articular uma grande rede que assegure os direitos humanos de crianças, adolescentes e jovens. “Com as estatísticas levantadas pelo Disque 100, a grande maioria dos abusos sexuais são de meninas, o que reforça o quanto o patriarcado tem feito vítimas em função de uma cultura que já comprovou o quanto é misógina (ódio contra mulheres)”, pontuou a gestora de projetos do Movimento de Mulheres de São Gonçalo. “Esta é uma iniciativa de construção de um plano municipal, no qual atua com o governo, a sociedade civil, judiciário, legislativo, assim como com todas as forças que representam o Executivo, fortalecendo o trabalho do Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes e reforçar os trabalhos do Conselho Tutelar para uma ação preventiva”, acrescentou. Os demais componentes da mesa reforçaram a importância da garantia de direitos através das políticas públicas.

Na segunda parte do evento foram apresentados dados estatísticos e informações sobre o projeto e os equipamentos municipais que atendem crianças e adolescentes. Participaram desta mesa a subsecretária de Assistência Social, Laura Costa; e também subsecretária da Assistência Social de Maricá e supervisora do projeto, Cristiane Pereira; e o médico da Saúde da Criança e do Adolescente do IFF e da Fiocruz, Alexandre Nascimento. Conforme apresentado por Marisa, o projeto se fez necessário devido à futura implantação do projeto Rota 34 da Petrobras e o gasoduto do Comperj que vão cortar a cidade. Foi detectada uma necessidade de realizar intervenções que garantam melhores condições de vida para os mais vulneráveis, principalmente na região oceânica da cidade.

“Com a vinda do Comperj, estima-se um acréscimo populacional de 25 mil trabalhadores, no qual aumentará o quantitativo das práticas abusivas contra crianças, adolescentes, jovens e mulheres. O objetivo do projeto será combater a violência e exploração sexual, através de capacitações para profissionais que interagem com as redes de garantia de defesa das crianças e adolescentes e ações itinerantes nos territórios descentralizados”, explicou Marisa.

Laura apresentou as estatísticas de casos de abusos e explorações sexuais acompanhados pelos equipamentos técnicos da Assistência Social de Maricá. “Devemos incentivar as denúncias destas violências com ações que garantam a segurança da vítima e dos profissionais envolvidos. Só assim o combate à violência será eficaz”, afirmou Laura. Alexandre ministrou sobre a história do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e sobre a Doutrina da Proteção Integral, reafirmando a importância de um trabalho de resistência com envolvimento intersetorial.

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