Foto: Fernando Silva

A Defesa Civil e a Secretaria de Saúde de Maricá realizaram nesta quinta-feira (07/12) capacitação para mais de 20 guarda-vidas do município. A aula contou com teoria e prática de primeiros socorros com preparação para reanimação cardiorrespiratória, essencial para quem atua em praias, piscinas e rios.

Segundo o Major Gilvane Dias, o curso foi solicitado pelos próprios guarda-vidas. “Havia essa necessidade por causa da extensão do litoral e o fato desses profissionais estarem muito tempo sem reciclagem, principalmente em matéria de reanimação cardiopulmonar. Por isso, fechamos um convênio com a Secretaria de Saúde para aprimorar o atendimento oferecido, já que todo ano muda a legislação. Essa reciclagem é essencial para que possam atuar durante o verão de 2018”, declarou, adiantando que novos cursos serão realizados.

Palestrante, o técnico de enfermagem do SAMU Maricá responsável pela educação continuada, Claudemir Quirino, destacou a falta de conhecimento com risco de afogamento. “Elas só sabem que o mar é perigoso. Além disso, há banhistas que querem ajudar sem saber como. Nós sabemos, mas há sete erros comuns que acabamos cometendo como: não avaliar a segurança do local no ímpeto de salvar a vida; não solicitar apoio quando são duas vítimas; falta de liderança; excesso de pessoal em meio a desorganização; compressão ineficaz; não abrir adequadamente as vias áreas (tórax, boca) para realizar a ventilação excessiva (é preciso observar se o tórax está expandindo para não piorar o quadro do paciente)”, orientou.

Também foram abordados: a cadeia de sobrevivência do afogamento; os materiais de urgência que devem ser utilizados e são essenciais para salvar vidas; os equipamentos de proteção individual do guarda vida devido o risco de contaminação (luvas, protetor solar, óculos de proteção e máscara); os graus de afogamento (desde o resgate ao nível 6); classificação e tratamento para os primeiros procedimentos de acordo com tosse, espuma na boca ou nariz, dificuldade de respirar, necessidade de oxigênio, aspiração, repouso e observação hospitalar; como evitar a síndrome de imersão ou choque térmico; os sinais de parada cardiorrespiratória (inconsciência, ausência de pulso central e ausência de respiração ou gasping) e a diferença de compressões cardíacas em bebês, crianças, adultos, gestantes (deve ser diferente por causa da compressão causada pelo feto, como fazer) e epiléticos.

“Sem dispositivo de barreira eu não vou encostar minha boca na da vítima. Então não posso fazer ventilação, só compressão. A contaminação é real. Tem haver com a segurança do guarda-vidas”, ressaltou Quirino.

Atualmente trabalhando em Itaipuaçu, Rafael Pereira da Costa (36 anos), ressalta a necessidade do aprimoramento. “A importância da reciclagem é total, essencial. Nós precisamos nos atualizar porque toda hora está mudando a lei. As pessoas vêm de longe para curtir e não querem respeitar, então precisamos nos preparar”, destacou.

Atuando nas escolas, o guarda-vidas Rodrigo Roboredo (39 anos), também exerce e função há nove anos e afirmou que a capacitação traz o conhecimento necessário a ser passado para as crianças. “São crianças de seis a 14 anos que ensinam aos pais o que podem e não podem fazer”, resumiu.

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