Imagem do evento da Assistência Social
Palestra no Cine Henfil levou público ao local

A Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social promoveu, nesta sexta-feira (09/09), uma palestra sobre “Clínica e Políticas Públicas no Território” no Cinema Público Municipal Henfil, no Centro. A professora de psicologia na Universidade Federal Fluminense (UFF), Claudia Abbês e o professor de psicologia da Famath e Universo, Luiz Eduardo Ferreira, apresentaram a construção das Políticas Sociais, a partir da constituição de 1988 e a importância do papel do psicólogo nesse momento, provocando um debate entre os profissionais da rede socioassistencial do município.

Claudia iniciou sua fala ressaltando a necessidade de diferenciar o individual com o coletivo para transformar o assistencialismo para direitos sociais. “Queremos e lutamos pelas políticas públicas, mas devemos entender o jogo paradoxal do Estado diante o ponto de vista das interferências,” disse Claudia. “Devemos chamar atenção para a importância de uma torção ético-político metodológica nos modos individualizados e despolitilizados de inscrição das práticas do psicólogo no trato com os processos coletivos, constituintes da vida e do viver”, reforçou. Claudia ainda explicou que não somos protagonistas dos nossos valores, sendo assim, é preciso saber escutar mais o outro para um aumento da produtividade social.

O professor Luiz Eduardo destacou o processo revolucionário da criação do SUS e SUAS dentro das políticas públicas. “É comum acharem que política pública é algo segmentado. Todos os projetos existentes foram criados através de experimentos e a política as transformou em leis para garantir uma nova construção”, contou Luiz, prosseguindo com o discurso do papel dos órgãos públicos para a sociedade como os CRAS. “Sempre me lembro do caso, quando trabalhei no CRAS, e vimos uma mãe bater no filho. Ali percebemos não só uma negligência, mas também a importância de problematizar junto com esta mulher o porquê desta atitude, pois muitas vezes não sabemos lidar com nossos sentimentos. Nosso papel é acolher o indivíduo e despertar nele a capacidade de pensar e agir, além de transformá-los em sujeitos de direitos” explicou.

De acordo com o debate desenvolvido entre os palestrantes e os profissionais presentes para trabalhar nas políticas públicas, o profissional precisa construir um projeto terapêutico para essa comunidade em conjunto com os demais membros, conhecendo o trabalho do outro, participando de reuniões de discussão de casos, estabelecendo planejamento de ações, criando critérios de encaminhamento ou compartilhamento de casos, critérios de avaliação, resolução de conflitos, etc. A secretária adjunta de Assistência Social, Laura Costa, informou que Maricá já realiza esta ação de aliança entre secretarias e seus órgãos através do projeto  Tecendo a Rede Socioassistencial, cuja finalidade é pactuar fluxos de atendimento aos usuários da rede.

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