Jornada Educação e Utopia entra em seu segundo dia falando sobre Educação e Invenções Democráticas

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Aconteceu nesta terça-feira (07/06), no CEM Joana Benedicta Rangel, no Centro, o segundo dia da Jornada Educação e Utopia, realizada pela Prefeitura de Maricá, através da Secretaria Executiva de Políticas Sociais, em parceria com a pasta de Educação. O evento é preparatório para o Festival Internacional da Utopia, que acontece na cidade, entre os dias 22 e 26 deste mês.

O palestrante da noite foi o secretário adjunto de Economia Solidária, André Braga, com o tema “Educação e Invenções Democráticas”. Na quadra poliesportiva cerca de 200 pessoas, entre professores, alunos e público em geral, ouviram a fala de André Braga, uma aula sobre a história da Humanidade e seus períodos econômicos. “A Humanidade teve seu início de forma democrática, mas com o passar do tempo o homem começou a usar mecanismos para explorar seu semelhante”, descreveu. Ainda segundo ele, "o feudalismo, o período escravocrata e o próprio capitalismo são estruturas altamente antidemocráticas. “O capitalismo é um sistema falsamente democrático. E estamos tentando resgatar a democracia usando formas criativas para isso”, acrescentou. Entre estas formas estão a moeda social Renda Mínima Mumbuca (cartão Mumbuca), programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida, o transporte gratuito, cursos gratuitos e estímulos à criação de cooperativas e educação gratuita de qualidade.

Na mesa de debates estavam além do palestrante, a coordenadora do Programa Minha Casa Minha Vida em Maricá, Lene Oliveira, e a diretora do Joana Benedicta, Luzia Ribeiro. André Braga citou a Mondragón Corporación Cooperativa (MCC), que é um grupo de produção industrial e de empresas de distribuição sediada Espanha, e considerada a maior cooperativa de trabalhadores do mundo. Para ele, estas são formas criativas e solidárias de desenvolvimento. A escola é, ainda segundo Braga, um dos principais pontos de apoio para o desenvolvimento desta forma de democracia, mais justa que a atual, baseada na exploração do homem pelo homem. “A educação deve estar a serviço da comunidade. As escolas devem preparar profissionais que pensem de forma criativa as temáticas do dia a dia”, apontou.

Aos 67 anos, o estudante José Valdir dos Santos trabalha como cabelereiro e acha importantíssimo que a escola atue para estimular as pessoas que abandonaram a escola a regressarem aos estudos. “Curso hoje o sétimo ano e acho que a escola deve estimular o retorno à aula daqueles que já passaram dos 60”, apontou. Já Lene Oliveira fez um resgate dos processos habitacionais, dos antigos cortiços aos programas do BNDES passando pela formação das favelas e pela atuação da extinta Companhia Metropolitana de Habitação (COHAB). Segundo ela, todos os programas foram pensados sem levar em consideração os que realmente precisavam. “O grande problema é que os interessados tinham que de alguma forma comprovar rendimento e isso deixava muita gente de fora”, explicou. O sistema adotado atualmente dá dignidade aqueles que viviam de aluguel e não tinham como comprovar rendimento.