Prefeito cobra ações do governo estadual no município

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O prefeito de Maricá, Washington Quaquá, aumentou o tom das críticas ao que considera um descaso do governo estadual com relação às demandas da cidade. Para o prefeito, é injustificável que temas de grande importância para a população não estejam merecendo a atenção devida, e por direito. Apesar da boa relação com o governador Sérgio Cabral e com o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, o prefeito aguarda há meses que a vigilância sanitária estadual finalmente libere o projeto de construção do novo hospital municipal Dr. Ernesto Che Guevara. A obra, cujo projeto sofreu modificações – com a inclusão de mais um andar – estava aprovada, mas em função das mudanças teve de retornar à análise da vigilância, para nova avaliação. O financiamento de R$ 11 milhões junto à Caixa Econômica Federal já está liberado, mas as máquinas não podem começar a trabalhar no terreno junto à RJ-106 em função da demora, que já dura pelo menos três meses. Todas as modificações pedidas foram feitas pela Prefeitura. “Isso só pode ser má vontade”, afirma o prefeito.

Outro ponto de desgaste também está vinculado à pasta da Saúde. A UPA de Inoã, que completou nesta sexta-feira, 20 de setembro, um ano de operação, ainda é custeada quase que integralmente pelo município, junto com um repasse federal. O modelo tripartite de administração prevê aportes da União, dos estados e dos municípios nesse tipo de unidade. “A Prefeitura gasta ali, por mês, R$ 1,7 milhão, o estado não me deu um centavo nesse tempo todo, apesar de o governador já ter determinado que o repasse seja feito”, diz Washington Quaquá. A unidade, do tipo III, tem capacidade para atender 450 pessoas por dia e, em dias de maior movimento, esse total chega a 700 atendimentos. Em um ano, foram 106 mil, sendo que a unidade já recebeu do governo federal a requalificação que premia aquelas que melhor atendem. “Mesmo com esse custo o ministério reconheceu o trabalho. E olhe que mais de 40% dos atendimentos lá são de pessoas que nem residem em Maricá”, acrescenta.

Outra questão candente, cuja cobrança vem sendo intensificada, é a da segurança. Com um déficit de efetivo de entre 400 e 500 policiais, o 12º BPM destaca apenas 130 homens para o patrulhamento em Maricá. “Esse total, dividido em turnos, representa um contingente médio de 30 homens nas ruas de um município com 362 km2. Por isso, uma das nossas principais bandeiras é a implantação de um batalhão da PM aqui”, avalia o prefeito, que se queixa também da recusa por parte da Polícia Militar de ceder quadros requisitados para atuar na área de Segurança da própria Prefeitura. Não à toa, a população tem acompanhado um aumento sensível na criminalidade, incluindo o tráfico de drogas. “O nosso abaixo-assinado pedindo isso já tem quase 20 mil assinaturas. É impossível o governo estadual continuar insensível diante de um clamor como esse”, completa.