Funcionários de empresas que atuavam no aeródromo de Maricá se reúnem com o prefeito e aprovam propostas do Executivo

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Cerca de 40 funcionários das empresas que ocupavam o aeródromo de Maricá se reuniram neste domingo (22/09) com o prefeito Washington Quaquá. Os trabalhadores representaram as cerca de 140 pessoas que atuavam no aeroporto – cujas atividades foram suspensas pela Prefeitura para a retomada do controle pelo poder público e para o necessário reordenamento da área. No encontro, acompanhado também pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Lourival Casula; pelo chefe de Gabinete do Executivo, Kleber Ottero; e pelo superintendente da secretaria Alan Pinheiro, o prefeito apresentou propostas para que a experiência dos funcionários seja aproveitada pela municipalidade em novos projetos da área de aviação na cidade. Todas as empresas instaladas no aeródromo municipal são irregulares e estão, há mais de um ano, funcionando sem o alvará necessário. 

Entenda o que motivou o fechamento do aeródromo, que abrigava empresas sem alvará para funcionamento.

Relembre o acidente com monomotor este mês em Maricá, que causou a morte do piloto.

Entre as medidas práticas discutidas com o grupo de funcionários, está a constituição de uma cooperativa dos trabalhadores do aeródromo, para que essa mão de obra possa ser contratada futuramente como instituição jurídica e não isoladamente. O Prefeito ressaltou no encontro a legalidade e a necessidade de a prefeitura retomar o controle do aeródromo, para que o espaço volte a servir aos interesses do município e não de pequenos grupos privados, que vinham obtendo benefícios mesmo sem as licenças necessárias para funcionamento.

“Como Chefe do Executivo, tenho o direito legal de retomar um patrimônio público que estava sendo mal utilizado. A Justiça já havia cassado os alvarás das empresas há tempos. Todas faturavam milhões por ano, sem pagar nenhum tipo de imposto", informou o prefeito. “Apesar disso, vocês mesmos disseram que estão há mais de cinco meses sem salário [referindo-se à queixa dos trabalhadores contra as empresas durante a reunião]”, completou.

Segundo o secretário Lourival Casula, o momento é de unir esforços para que a expertise dos trabalhadores seja mais um atrativo para a cidade e também uma garantia de novas oportunidades para a mão de obra local. “É hora de se organizar e agir”, disse ao grupo.

Aeródromo vai se beneficiar das atividades do Comperj, do Pré-Sal e do Porto de Jaconé

Outra importante medida anunciada pelo prefeito foi a intenção de criar na cidade uma espécie de escola pública voltada para a formação de técnicos na área de aviação, para que mais profissionais possam se dedicar à qualificação em aviação civil. “A prefeitura está empenhada em viabilizar a transformação do aeródromo em um novo aeroporto, com capacidade para absorver aviões de pequeno porte e helicópteros que serão usados nas operações do Comperj, das plataformas dos campos do Pré-Sal do futuro Porto de Jaconé”, antecipou o prefeito, acrescentando a importância de oferecer oportunidades de formação profissional a quem mais precisa. “Uma escola pública de aviação nos ajudaria a preparar os jovens para se beneficiar diretamente dos muitos empregos que serão gerados”, destacou Quaquá.

João Raimundo, o ‘Chocolate’, 39 anos, morador das Pedreiras, é pintor de aeronave há mais de 25 anos. Casado, pai de um filho de três anos, aprovou as propostas do governo. “Sou veterano no meu trabalho e posso transmitir meu conhecimento profissional a outras gerações”, atestou.

Norma Marques, 43 anos, tem cargo de assistente administrativo aeroportuário e tem um filho, Marcelo ‘Russo’, 23 anos, que trabalhava como auxiliar de mecânico de aeronave. “Meu filho está indo bem na profissão e não pode parar agora. O curso mais próximo é em Jacarepaguá. Se o prefeito instalar a escola, vai ser um grande investimento para a cidade. Vai ajudar muitos jovens”, completou.