Ministro da Pesca visita Maricá e discute com prefeito avanços para colônias da cidade

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Ministro Crivella, deputado Vitor Paulo e prefeito Quaquá na Associação de Pescadores de Zacarias

O ministro da Pesca, Marcelo Crivella, visitou Marica nesta sexta-feira, 08/06. O objetivo da iniciativa foi o de discutir com os pescadores locais modelos econômicos que vão servir de exemplo para colônias do resto do pais e ouvir as reivindicações.  Maricá tem uma tradição nessa atividade e foi a primeira vez que um ministro da pasta esteve na cidade. O saldo do encontro foi positivo: uma das principais queixas, a falta de um pagamento por defeso, deverá ser resolvida logo. Sob aplausos, o ministro anunciou que um representante do ministério estará na cidade na próxima quarta-feira para apressar o andamento do pleito.

Acompanhado do prefeito Washington Quaquá, do deputado federal Vitor Paulo (PRB) e de outras autoridades, o ministro visitou a ONG Ecoponto, em Araçatiba, e a vila de pescadores de Zacarias, em Barra de Maricá. O ministro também conheceu as obras da ponte José Alencar Gomes da Silva, na Barra.

Crivella falou das iniciativas governamentais disponíveis para os pescadores e do interesse do ministério em solucionar as dificuldades. "Temos projetos como o de organizar as colônias para ter combustível mais barato, produzir o próprio gelo, construir laboratórios para alevinos, fábricas de farinha e outras iniciativas. Tudo isso esta à disposição de vocês", afirmou Crivella.

Anúncio de mudanças no defeso para pescadores locais

O prefeito ficou satisfeito com a garantia dada e com a nova dinâmica do ministério. "Estivemos lá antes de o atual ministro tomar posse para questionar porque o defeso era dado apenas para a pesca do camarão rosa, quando deveria ser para toda a lagoa, nos moldes do que já é feito na Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul", afirmou o prefeito a uma plateia formada por representantes das varias colônias. Também foram encaminhados  pedidos de apoio ao projeto de maricultura no município e de qualificação profissional para 620 pessoas. O projeto ésta tramitando na Petrobras.

Segundo os pescadores, os problemas maiores se relacionam ao assoreamento e ao derrame de esgoto nas lagoas. A queixa comum é a de que a poluição reduziu os cardumes nas lagoas e está obrigando a maioria a pescar no mar cada vez mais longe de terra.

"Achamos bom o resultado da visita. Vamos ver essa questão do defeso que é muito importante. Muitos pescadores estão tendo materiais apreendidos por conta da proibição que é para o camarão. Ficamos orgulhosos de receber um ministro em nossa casa", ressaltou Vilson Correia, presidente da Associação de Pescadores de Zacarias.

O Ministro disse que esteve com a Petrobras cobrando as compensações ambientais para a atividade da pesca. "O setor está atrasado por conta da falta de investimentos em décadas, principalmente em equipamentos, estamos dando muita atenção a isso", disse Crivella. Ao seu lado, o deputado federal Vitor Paulo, do PRB, também prometeu empenho. "Na segunda-feira vou me reunir com a equipe para acelerar os projetos de Maricá".

Ênfase na recuperação das lagoas

O prefeito ressaltou o que está sendo feito para recuperar as lagoas. "Temos 33 milhões do PAC 2 já licitando e com a compensação da Petrobras ao emissário submarino do Comperj, mais R$ 60 milhões. Isso vai ajudar a resolver 70 por cento do problema de esgoto. Estamos cobrando outras compensações para Itaipuacu para ampliar isso", afirmou. "Nossas lagoas têm potencial para se transformarem nas maiores produtoras do estado. Com o apoio do ministro isso vai acontecer", completou.

Marcelo Crivella esclareceu as limitações da lei que regula o defeso. "A lei veio para proteger as espécies e os estuários. Nao tem o objetivo de ser um projeto social para os pescadores, mas o governo tem outros programas de apoio social porque a presidente Dilma tem uma atencão especial sobre isso. Mas a melhor maneira de proteger os pescadores é cuidar da lagoa. Hoje há 585 mil pescadores no defeso e mais de R$ 1 bi de investimento, em parceria com a área de meio ambiente. Vamos verificar com eles a situação daqui", disse.

O ministro fez uma crítica a Petrobras, que segundo ele empenhou R$ 40 milhões para estudar a questão da pesca e desse valor apenas R$ 2 milhões efetivamente viraram projetos práticos. Destacou também que a lei de compensações ambientais não contempla cuidar dos pescadores que dividem espaço com a atividade petrolífera. "Plataformas, sonares e barcos afetam os cardumes e a lei precisa ter esse alcance", acrescentou.