Palestra sobre dança do ventre encanta alunas da Casa da 1ª e 3ª Idade

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Movimentos delicados, mas difícieis. São muitos estilos na dança, que varia de país e região

Uma dança milenar do Oriente, chegada há pouco mais de 130 anos no Brasil, conquista a cada dia mais e mais novas adeptas: a dança do ventre, cuja origem remonta ao Egito Antigo e a dinastias persas, faz sucesso no país entre mulheres de várias idades. Com o objetivo de mostrar o lado cultural e artístico da dança, a Casa da 1ª a 3ª Idade de Maricá promoveu ontem (21/03) palestra com a bailarina Taiany Nascimento (Sabah Nur), de 21 anos.
Taiany, apesar de muito jovem, demonstra domínio sobre o tema, ao expor de forma didática e dinâmica a história e a filosofia da dança árabe, sua classificação, seus ritmos, variedades e a visão da mulher ocidental face à cultura árabe.

A arte está na família de Taiany. “Aprendi o que sei com minha tia, a professora de dança árabe Cristiane Martorelli (professora Zahra). Minha irmã Andressa também está se preparando para ensinar”,  conta ele. Segundo a bailarina, a dança do ventre está diretamente relacionada com a música árabe, que tem cerca de 400 gêneros mais variações. “É preciso ter absorvido pelo menos 22 desses estilos para poder desenvolver um trabalho. Mesmo esse aprendizado leva alguns anos”, completa.

Segundo a bailarina, a música do ventre tem origem religiosa, sendo inicialmente usada como oferenda às deusas Ísis, no Egito; Ishtar, na Pérsia; e Khundalini, na Índia – ligadas às questões do universo feminino. Os estilos variam conforme a região; é o caso do Balad (natural dos Emirados Árabes), usado principalmente em festas de bodas e aniversário, ou do Sahid (dança da bengala ou do bastão, natural do Líbano). Ambos comemoram a alegria do povo árabe na Khalije, dança com uma comprida bata onde a bailarina demonstra toda sua sensibilidade. Há ainda as chamadas músicas “clássicas”, de grande variedade rítmica, que descrevem costumes e folclore do mundo árabe.

A dança árabe chegou oficialmente ao Brasil em 1880, começando a ser difundida no século seguinte, em São Paulo. Em 1957, a bailarina Sherazade foi um ícone do gênero, tendo difundido a dança do ventre em outros estados. Em 1993, foi publicado o primeiro livro didático sobre o assunto no país, pela bailarina Lulu Sabongi.

A palestra foi ilustrada com variados tipos de música árabe, dançados por Taiany. Ao final, alunas e ouvintes participaram dos ritmos. Segundo Taiany a dança do ventre tem efeito terapêutico: além de melhorar a autoestima, libera e controla a energia dos chackras (pontos vitais do organismo), melhora o funcionamento do aparelho digestivo, alivia a tensão pré-menstrual e promove a perda de peso: “o centro de gravidade da dança é o ventre e os quadris”, completa Taiany, referendada pela tia e professora Cristiane. Alunas do curso, como Júlia Andrade Pinto, 12 anos, Kátia Valéria, 51, Clair Cecille, 64, e Luzia Carrarine, 66, se disseram encantadas com a palestra. “Aprendemos coisas novas que servirão de complemento para o que estamos aprendendo no curso”, afirmam.

Para a subsecretária de Políticas para o Idoso, Denise Fortes, a dança traz melhoras significativas em vários campos. “A socialização criada com a Casa da 1ª a 3ª Idade é uma conquista, as pessoas chegam com problemas de saúde física e psicológica e depois de algum tempo dispensam o uso de remédios. Para quem quiser aprender Dança do Ventre, o curso é gratuito e ainda há vagas. É só procurar a Casa da 1ª a 3ª Idade, que fica à Rua Clímaco Pereira, 269, Centro, Maricá. Tel: 3731-0589.