Maricá solicita ‘defeso’ para pescadores do município

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A Secretaria Municipal de Pesca, Aquicultura, Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Maricá, encaminhou ofício ao Superintendente Federal de Pesca e Aquicultura, Luciano de Oliveira Vidal, solicitando a liberação do ‘defeso’ para os pescadores artesanais do município.

O pedido da Secretaria é feito em caráter extraordinário e com a supervisão da Colônia de Pescadores Z-7, das diversas associações de pescadores e dos órgãos ambientais envolvidos, Inea e IBAMA. O documento acompanha o pedido de suspensão das atividades da pesca no sistema lagunar por quatro meses, para que a fauna possa se restabelecer.

A solicitação é justificada pelo prejuízo econômico sofrido em decorrência da mortandade ocorrida na segunda quinzena de fevereiro deste ano, quando cerca de 100 toneladas de peixes mortos – de todas as espécies – foram retiradas das várias lagoas do município. O prejuízo calculado equivale a três meses de pesca.

O Instituto Estadual de Ambiente (Inea), publicou laudo preliminar sobre a situação, descrevendo inúmeras causas possíveis, entre elas a alta temperatura da água (no início da mortandade, em torno de 28°C pela manhã), a baixa oxigenação decorrente da longa estiagem, a pequena profundidade da lâmina d´água, o aumento do volume de esgotos lançado por ligações clandestinas durante a alta temporada – a proliferação de algas gerada por esse despejo consome o oxigênio da água – e o turbilhonamento do fundo provocado por motores de jet-ski. O laudo definitivo ainda não foi divulgado pelo Inea.

Enquanto o laudo não vem, os pescadores estão sem condições de sobrevivência. De acordo com o secretário municipal de Pesca e Agricultura, Cláudio Jorge Soares, “o defeso é necessário para que a comunidade pesqueira maricaense possa manter suas famílias, e a suspensão da pesca, para que as espécies possam sobreviver”, conclui. A medida atende a um desejo do prefeito Washington Quaquá como parte das ações de compensação anunciadas logo que a mortandade foi detectada e que incluem verbas do PAC e de outros programas para a ampliação da rede de saneamento básico na região, bem como projeto do canal com eclusa sob a nova ponte da Barra de Maricá capaz de promover a renovação da água do sistema de forma controlada e periódica.