Lurian Silva: “Quem sabe um dia venho ajudar o prefeito Quaquá em Maricá”

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A primeira-dama Zeidan, o prefeito e Lurian

Encantada com o carnaval de Maricá – “foi a primeira vez que passei o carnaval no Rio, e a primeira vez na cidade” – Lurian Silva, filha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não descarta a possibilidade de no futuro fixar residência para eventualmente trabalhar com o prefeito Washington Quaquá. No momento, segundo ela, a possibilidade é mínima, já que, licenciada do PT desde 2008 para integrar o staff de campanha de um candidato de outro partido da base às eleições em São José (SC), agora atua com o candidato do PMDB à prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita. “Depois da eleição vamos pensar sobre isso, mas até lá estou disposta a ajudar naquilo que for possível”, afirmou ela, em uma entrevista coletiva na casa do prefeito, na praia da Barra de Maricá.

Lurian aproveitou os dias de carnaval para descansar e, ao lado dos anfitriões, contou como se prepara para atuar na campanha pela maior prefeitura do país em um partido diferente do seu e do próprio pai. Segundo ela, não houve qualquer dificuldade com o indicado pelo PT, no caso o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, “já que com algumas pessoas a relação é mais pessoal que política”. “Conversei com ele no camarote do desfile em São Paulo, é uma pessoa que respeito muito e tive a bênção. Ele sabe que o Chalita foi e é uma pessoa importante, da base aliada do governo, e que teve um papel fundamental na eleição da presidente Dilma”, disse. “Foi quem deu a cara a tapa na campanha nas questões da Igreja e do aborto e o PT tem uma dívida com ele, mas o Haddad também é um ótimo nome. São Paulo ganha muito com esse debate dos dois, já que são candidatos bem preparados”, emendou.

A filha do ex-presidente disse também ter conversado com a própria Dilma a esse respeito. “Expliquei a ela e também recebi a bênção”, completou, antes de avaliar que o sucesso da presidente também é o sucesso de seu pai. “Ela é um orgulho para as mulheres do Brasil como a eleição de um operário à Presidência da República também foi. Está mostrando a cara dela e a continuidade do governo é a continuidade dele também”, comentou Lurian.

Hóspede do prefeito e da primeira-dama Rosângela Zeidan, Lurian Silva não poupou elogios à forma de administrar de Washington Quaquá, especialmente no empenho em gerar soluções que tragam desenvolvimento econômico permanente e sustentável para o município, como o projeto do Polo Naval e a implantação, anunciada por ele na semana passada, de uma Escola Técnica Federal ligada à Universidade Federal Fluminense. “Um líder você não cria, é uma vocação igual a de ser um padre. Se não tiver isso, não adianta e o Quaquá é hoje uma liderança forte também fora do Estado do Rio. Vejo isso não só aqui, a população quer tudo, escola, creche, saneamento, e é preciso estabelecer prioridades porque demanda tempo para serem obtidas. Pelo que percebi circulando pela cidade, as pessoas em Maricá já tem esse entendimento pelo que já foi feito”, avaliou, antes de brincar. “A Zeidan que não é primeira-dama, mas uma dama de primeira, e o prefeito, sabem que podem contar comigo. Eu gosto de me misturar com o povo e adorei ter vindo aqui”.

Se depender dela, não vai demorar. Na próxima vez, prometeu trazer o casal de filhos Beatriz, de 16 anos e João, de 7. “O primeiro mergulho na Lagoa e o menor não vai querer mais sair daqui”, brincou o prefeito, elogiando Lurian. “É uma militante, uma pessoa simples, generosa e que tem compromisso com o povo”, afirmou, seguido pela primeira-dama. “Maricá está de portas abertas para a Lurian”. O casal já convidou o próprio ex-presidente para visitar também a cidade.

Feliz com a experiência de ter desfilado na escola de samba Gaviões da Fiel, que homenageou seu pai, Lurian contou como está o ânimo do ex-presidente, que se recupera do tratamento de um câncer na laringe. “Estive com ele na segunda-feira e o achei um pouco debilitado pelos efeitos da radioterapia, com dor de garganta. Queria ter ido ao desfile, mas está com a imunidade baixa. Mesmo durante o tratamento ele se dedicou muito ao instituto, ficava lá dez horas por dia”, contou ela, que chegou a ser candidata em 1996 a um cargo eletivo em São Bernardo do Campo e fez comícios ao lado do pai. “Meu primeiro discurso com ele nunca esqueci. Mas hoje meu negócio é trabalhar nos bastidores”, completou.