Casa da Cultura abre nesta quinta-feira exposição do ativista Abdias Nascimento

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Abdias Nascimento morreu aos 97 anos no dia 24 de maio
O público poderá conferir a partir desta sexta-feira (25/11) a abertura da exposição do acervo do ex-senador e ativista da causa negra Abdias Nascimento, na Casa de Cultura de Maricá. A mostra, com entrada gratuita, apresenta uma abordagem audiovisual das civilizações africanas e de sua história, bem como da criatividade plástica que expressa o saber, a tradição e a simbologia dos povos africanos em suas várias formas de expressão. 

Exibindo parte do acervo do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros (Ipeafro) – fundado por Abdias e hoje mantido por sua viúva, Elisa Larkin Nascimento –, a exposição homenageia a memória do recém-falecido pintor, poeta, escritor e professor universitário, que também foi senador, deputado federal e duas vezes secretário estadual. Entre outras ações, o visitante poderá travar contato com o trabalho de instituições criadas por Nascimento, como o Teatro Experimental do Negro (1944), o Museu de Arte Negra (1950) ou ainda o Ipeafro (1981).

A mostra apresenta ainda pinturas de Abdias Nascimento e de outros artistas, bem como trabalhos do Ipeafro e uma Linha do Tempo dos Povos Africanos, que ilustra como produziram cultura e conhecimento durante milênios, em liberdade e com soberania. Na abertura, será exibido também um documentário sobre a vida do ex-senador, produzido pela TV Câmara.

A Casa de Cultura fica na Praça Orlando de Barros Pimentel e a mostra ficará aberta ao público até o dia 6 de janeiro de segunda a quinta, das 9h às 17h, e aos sábados e domingos das 13h às 17h.

Biografia – Nascido em 1914 em Franca, interior de São Paulo, Abdias Nascimento foi um dos maiores defensores da defesa da cultura e igualdade para as populações afrodescendentes no Brasil. Sua trajetória foi longa e produtiva, indo desde o movimento integralista, passando por atividade de poeta (com a Hermandad, grupo com o qual viajou de forma boêmia pela América do Sul), até o ativismo do Movimento Negro.

Também foi escultor e ator, criando em 1944 o Teatro Experimental do Negro. Exilado após o AI-5, Abdias volta ao Brasil em 1978 e entra para a vida política, elegendo-se deputado federal (de 1983 a 1987) e senador da República (de 1997 a 1999), além de colaborar fortemente para a criação do Movimento Negro Unificado, em 1978. Em 2006, em São Paulo, criou o Dia 20 de Novembro como o dia oficial da consciência negra. Recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade de Brasília. Autor de vários livros: "Sortilégio", "Dramas Para Negros e Prólogo Para Brancos", "O Negro Revoltado", e outros. Foi também professor benemérito da Universidade do Estado de Nova Iorque. Abdias Nascimento faleceu no último dia 24 de maio, aos 97 anos.