Prefeito assina lei das Unidades de Conservação das Serras de Maricá

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O tamanduá mirim é uma das espécies mais encontradas na área de mata de Maricá

Subsecretaria de Meio Ambiente iniciará campanha contra captura de animais silvestres nestas áreas

A cidade de Maricá começa a concretizar um dos projetos ambientais mais ambiciosos do Estado do Rio. Foi assinada pelo prefeito Washington Quaquá e enviada a Câmara dos Vereadores a lei municipal que cria as Unidades de Conservação das Serras de Maricá, se tornando o municipio com maior área natural protegida do Estado.

O projeto foi idealizado e executado pela Secretaria do Ambiente e Urbanismo, com apoio da Secretaria do Estado do Ambiente através do ProUC, programa que apoia a criação de unidades de conservação municipais, da Superintendencia de Biodoversidade. As duas Unidades de Conservação criadas estão respectivamente nas categorias Refúgio de Vida Silvestre e Área de Proteção Ambiental e juntas somam aproximadamente 12 mil hectares, 38% do território do muncípio.

O pioneirismo de Maricá vem a calhar num momento em que o mundo observa as consequencias desastrosas do desrepeito a natureza. Ocupações irregulares em encostas e beiras de cursos dágua, remoção da camada vegetal de morros, destruição de florestas, caça e pesca predatórias são situações que colocam em risco a população e o ambiente natural de muitos municipios, causando desastres de grandes proporções, porém, apenas recente atribuídos a ação antrópica.

“Maricá possui uma peculiaridade na questão hídrica onde observamos duas vertentes: por um lado somos privilegiados em possuir uma bacia propria, relativamente facil de gerir e, por outro, temos total responsabilidade sobre a qualidade e quantidade de água nas areas de captação e nascentes”, avaliou a subsecretária de Meio Ambiente, Deborah Dias.

A criação de Unidades de Conservação nas Serras propriciará ao municipio capacidade de monitorar as matas ciliares dos rios e nascentes, as faixas marginais de proteção, coibindo ações lesivas ao meio ambiente como roubo de areia e outros minerais, supressão de vegetação atividades  deletérias que influencia diretamente na salubridade da agua que chega as residencias, tenham elas poços artesianos, cisternas ou sejam abastecidade pela concessionária.

Tráfico – Invasões, caça e captura de animais silvestres são outro viés importante da criação das UCs, que ganhará apoio do Estado através do INEA com o lançamento da Campanha de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, já em atividade na Superintendência Regional Lagos São João. Trata-se de uma campanha massiva com solicitação para entrega voluntária dos animais silvestres em cativeiro que tenham sido produto de captura, caça ou resgates por moradores do municipio. A primeira fase da campanha é educativa, progressivamente passando por outras instâncias até a responsabilização criminal do agressor.

“Assim como a irrefutável riqueza em diversidade de espécies da flora observada em Maricá,  possuímos também uma genuína gama de espécies da fauna da Mata Atlantica  com comunidades ecologicamente estáveis e em franca reprodução, segundos dados diretos coletados para a confecção do Estudo Tecnico para Criação das Ucs. Tal  status motivou inclusive o desenvolvimento de projetos para a instalação de um Centro de Recuperação de Animais Silvestres no municipio, que poderá virar referência no atendimento e reabilitação de fauna marinha e terrestre, além de dinamizar o pronto socorro à especies de toda região, incrementar a área de educação, ciencia, tecnologia e conservação ambiental”, ressalta Deborah.