O bairro de Cordeirinho foi o local escolhido pelos devotos de Yemanjá em Maricá para reverenciar a rainha do mar em seu dia. Cerca de 200 pessoas saíram em procissão pelas ruas, após a concentração na Rua 88, em direção à praia – na altura da Rua 90 – onde os fiéis depositaram oferendas e fizeram suas preces.
O evento foi organizado por Wander Gonzalez e Walace Lima e teve o apoio da Subsecretaria de Diversidade Religiosa de Maricá, representada por Antonio Jonas, o Liminha de Jagum, que também é um dos líderes da Fonte para Orientação Religiosa de Matrizes Africanas (Forma).
"Hoje a visão das pessoas sobre Maricá é outra no que diz respeito à religiosidade. Conseguimos mostrar que as diferenças podem sim viver de forma harmônica", avalia Liminha.
Segundo Wander Gonzalez, ainda há discriminação, mas o grupo está trabalhando, vencendo barreiras e abrindo caminhos para que as pessoas aprendam a respeitar as religiões e para que o governo abra mais espaços às diversidades religiosas.
"Em Maricá, com o Liminha na Subsecretaria de Diversidade Religiosa, vem sendo feito um trabalho de capacitação a fim de que as entidades tenham suporte e conheçam seus direitos e deveres, prestando assessoria às religiões", ressalta.
Realizado pela quinta vez em Cordeirinho, o ato já conta com a participação da comunidade local. "A procissão de Yemanjá vem crescendo a cada ano, é uma oprotunidade de o povo demonstrar sua fé e religiosidade", diz o morador Pedro Henrique, que vive no local há 18 anos.
Depois de cumprir o ritual das oferendas e tributos à rainha do mar, os fiéis participaram do grito de carnaval do bloco afro Afoxé Òrum, cujo tema este ano é a inclusão sócio-cultural dos membros de terreiro de candomblé.