Alunos limparam salas do CEM Joana Benedicta - Foto: Jorge André

Estudantes de 11 escolas municipais começaram a colocar em prática nesta terça-feira, (16/10) o que aprenderam em sala de aula nestes 45 dias sobre economia solidária e cooperativismo. A iniciativa faz parte do projeto Mumbuca Futuro, desenvolvido através de parceria entre as secretarias de Economia Solidária e Educação. Neste primeiro momento 22 educadores populares mostraram para os estudantes a importância do trabalho de forma cooperada e como pode mudar a realidade do ambiente em que vivem.

Maricá é pioneira neste tipo de formação, segundo a coordenadora pedagógica Rosana Krisch. “Desde 2003, quando o movimento de economia solidária começa a se organizar em torno do Fórum Brasileiro de Economia Solidaria já se falava da importância de trabalhar o tema nas escolas. A educação formal olha muito para um tipo de trabalho que não é o trabalho associado, é o trabalho aonde você é patrão ou empregado, não é um trabalho aonde você pode se associar a outras pessoas e de maneira igualitária. Isto a escola não ensina, não está entre os componentes curriculares olhar este tipo de relação”, explicou Rosana Krisch. Ainda segundo ela, cidades brasileiras tinham experiências muito pontuais com este viés. “Maricá se torna pioneira em levar para as escolas e de maneira ampla o tema de trabalho cooperado e economia solidária como forma de mudar a realidade do local”, destacou.

Na terça-feira (16/10) alunos vestiram as luvas, pegaram baldes e vassouras e fizeram uma faxina no CEM Joana Banedicta Rangel, no Centro. Varreram salas e limparam banheiros. O trabalho realizado de forma cooperativa serviu para mostrar como a realidade local pode ser mudada com o trabalho em conjunto. Acompanhados de perto pela equipe de limpeza da escola, os alunos descobriram que se cada um fizer a sua parte todos saem ganhando. Essas e outras ações como rodas de conversas, criação de hortas nas escolas, atividades esportivas e palestras foram sugeridas pelos próprios como forma de mudar a realidade através da concepção do ver, refletir e agir.

A estudante Juliana Silva, 14 anos, estava em um dos grupos da limpeza. “Não nos damos conta da sujeira que deixamos em sala de aula. Não é legal jogar lixo no chão por que é difícil de limpar. O correto é procurar a lixeira e jogar o lixo lá”, disse. Carlos Daniel Freitas, 13 anos, concorda com a amiga. “Agora que fui ver como a sala fica suja depois a aula. Interessante é que limpamos, mas o trabalho foi rápido por que todo mundo ajudou”, acrescentou.

Rosana Kirsch acrescentou que é possível fazer transformações desde que as pessoas se organizem. Para isso, segundo ela, é necessário que todo mundo se veja de forma igual, tendo saberes que precisam ser respeitados. “A economia solidaria é pensada pela relação com as outras pessoas e não pelo dinheiro e não pelo lucro. Pensar de forma colaborativa, se juntando com quem está perto de nós para fazer as transformações que queremos”, finalizou.

Depois desta semana as atividades retornam em novembro para a avaliação dessas ações e depois seguem para as comunidades. No próximo ano, serão 120 educadores atendendo cerca de 6 mil crianças e adolescentes que passarão a receber 50 mumbucas mensais e um investimento anual de 1200 mumbucas que serão depositados em uma conta no Banco Mumbuca. Com o término do estudo, o aluno poderá retirar o valor para investir em algum empreendimento de forma cooperativa ou para pagar despesas com a universidade, caso queira continuar os estudos.

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