Katito Carvalho

A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher, colocou em debate a promoção da visibilidade civil, da cidadania e de políticas públicas efetivas para a comunidade LGBTQIA+, temas da edição desta quinta-feira (31/03) da Roda de Conversas quinzenal. Realizado na Casa dos Conselhos, no Boa Vista, o encontro serviu também como celebração do Dia Internacional da Visibilidade Transgênero, comemorado em todo o mundo em 31 de março. O evento foi encerrado com uma apresentação do Teatro das Oprimidas e a exibição do filme “Flores”.

Coordenador de Políticas Públicas LGBTQIA+ da secretaria, Carlos Alves explica que os encontros abordam os assuntos mais urgentes para a comunidade trans maricaense, como emprego e geração de renda – temas do próximo encontro, em abril –, saúde e combate à violência. Este foi o quarto encontro entre a população transgênero da cidade, com uma homenagem também às mulheres, pelo Dia Internacional das Mulheres.

“Infelizmente, casos de transfobia na cidade são comuns, então esse é um tema sempre quente. Com essas rodas de conversa, a comunidade tem uma chance de se conhecer, se fortalecer, tornar-se mais visível e debater políticas públicas. Queremos que a cidadania transgênero tenha seu espaço na administração de Maricá”, destaca ele.

Entre as reivindicações mais urgentes, diz Alves, estão a criação de um ambulatório médico exclusivo para o público trans, que está sendo discutida com a Secretaria de Saúde, e servirá também como um espaço de treinamento e educação para os profissionais do setor.

“Ainda há episódios de desrespeito, como na questão do uso do nome social. Também buscamos a criação de um centro de referência para essa comunidade, onde sejam oferecidos serviços como apoio psicológico e jurídico, além da requalificação civil, para que essas pessoas tenham seu nome social nos documentos”, ressaltou.

Participantes ressaltam que a palavra mais importante é inclusão

Mulher trans que vive em Maricá há mais de 50 anos, Salulah di Martinelli lembra que as rodas de conversa servem para a defesa dos direitos dos LGBTQIA+, incluindo também pessoas de todas as raças e crenças. “Estamos aqui para ajudar uns aos outros, independentemente de pertencer ou não à comunidade trans. Inclusão é sempre a primeira palavra, e a mais importante”, disse ela, apoiada pela amiga Lunah Lima.

“Esses encontros são de suma importância, porque nos fortalecem como grupo. Trocamos experiências, nos solidarizamos umas com as outras e criamos políticas efetivas para sair dos guetos e ter visibilidade perante a sociedade. Só o fato de nos conhecermos melhor já é um grande avanço”, afirmou Lunah.

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