A Prefeitura de Maricá realizou na terça-feira (07/12) duas sessões gratuitas do filme “Marighella”, de Wagner Moura, no Cine Henfil, e uma no Residencial Carlos Marighella (condomínio do programa Minha Casa, Minha Vida de Itaipuaçu), que homenageia o guerrilheiro que lutou contra a ditadura militar.

A sessão contou com a presença do prefeito Fabiano Horta, da primeira dama Rosana Horta e de quatro atores do elenco: Bella Camero, Pastor Henrique Vieira, Jorge Paz e Luiz Carlos Vasconcelos. A iniciativa faz parte da programação da Semana dos Direitos Humanos, organizada pela Secretaria de Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher e que acontece até o dia 11/12.

“Não quero que a gente perca a reflexão que Marighella nos traz: as pessoas no Brasil precisam saber que tem gente resistindo. E é preciso resistir como ato de perseverança, de amor e de honestidade’”, destacou o prefeito Fabiano Horta.

A atriz Bella Camero elogiou a estrutura do cinema público de Maricá. “É sempre emocionante ver o filme passar num cinema como esse. Muitas pessoas não conhecem quem foi Marighella, então esse é um filme de quem resistiu e ainda resiste a diversas lutas que são oprimidas”.

Morador de Araçatiba, o professor Marcos Costa também falou sobre a importância do filme. “É o resgate da nossa história, de um personagem que lutou pela emancipação da humanidade e que foi coerente durante toda sua trajetória”, disse Marcos, parabenizando a estrutura do local. “Toda cidade tem que ter um espaço dedicado às artes e à cultura. Que bom que aqui em Maricá agora temos esse espaço”, acrescentou.

Moradores conhecem história do guerrilheiro que lutou contra a ditadura

Depois da sessão no Cine Henfil, o filme teve uma exibição especial à noite em lona erguida no Residencial Carlos Marighella, em Itaipuaçu. Antes de começar, os atores conversaram com a plateia. Ao final, a maioria dos espectadores considerou a exibição importante para a comunidade saber quem foi de fato Carlos Marighella. O professor de História Igor Fernandes e a namorada Lara, ambos de 25 anos, observaram que a produção mostrou de forma bem realista o período mais duro da ditadura militar no Brasil.

“Alguns pontos mereciam ter mais esclarecimento, mas no geral mostraram a realidade crua daqueles anos. Foi bom trazer para o morador daqui ver e conhecer quem batiza o lugar onde vive”, ressaltou Igor, cuja opinião foi seguida pela namorada. “É bom a gente ver para entender como foi para não ter isso de novo no país. A gente ouve algumas coisas sobre a época que não são verdade e o filme mostra como era aquilo de fato”, reforçou Lara, que é moradora do condomínio.

Outro morador que gostou da iniciativa foi Tadeu Marinho, de 60 anos, afirmando que o filme foi maravilhoso. “É importante os moradores conhecerem e saberem que Marighella foi alguém que lutou pelo país, e que é justa a homenagem com o nome do conjunto”, ponderou Tadeu.

Sobre Carlos Marighella

Carlos Marighella nasceu em Salvador, onde cursou engenharia. Corajoso, lutou para restabelecer a democracia. Entrou para a política no Rio de Janeiro, tornando-se opositor de Getúlio Vargas. Preso pela primeira vez após publicar um poema que criticava a situação política da época, foi assassinado no dia 4 de novembro de 1969, durante uma emboscada.

No filme de Wagner Moura, o ator e cantor Seu Jorge interpreta Marighella. Comandando um grupo de jovens guerrilheiros, ele tenta divulgar sua luta contra a ditadura para o povo brasileiro, mas a censura desacredita a revolução. Seu principal opositor é Lúcio, policial que o rotula como inimigo público, interpretado pelo ator Bruno Gagliasso.

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