Foto: Evelen Gouvêa

Em meio às comemorações de seu aniversário de 206 anos, Maricá dá mais um passo importante no combate à pandemia de Covid-19. Nesta segunda-feira (25/05) foi aberto o Laboratório de Diagnóstico Molecular Dr. Francisco Rimolo Neto, no Posto de Saúde Central. O novo equipamento, pioneiro no estado, tem capacidade para realizar até 300 testes de detecção do novo coronavírus por dia, com os resultados sendo conhecidos em 72 horas. Com o novo laboratório, a Secretaria de Saúde do município passará a dispor de uma base de dados mais abrangente sobre o avanço da pandemia.

“A partir de agora, temos a capacidade de diagnóstico precoce, o que agiliza todo o tratamento da doença. Esse laboratório legitima o esforço da cidade de controlar e vencer a pandemia, sabendo que a luta é de longo prazo, mas com ações objetivas e práticas no curto prazo”, afirmou o prefeito Fabiano Horta, que ressaltou também a importância da parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro para a instalação do laboratório. “Maricá reafirma a importância da ciência nesse momento e em toda a nossa vida, pois é com ciência que vamos superar essa situação”.

A partir de junho, será iniciada a pesquisa domiciliar epidemiológica da Covid-19 na cidade, com exames em grande escala, para um levantamento estatístico utilizando critérios do IBGE (idade, renda e localização geográfica, entre outros). Desta forma, será possível elaborar e atualizar permanentemente um mapa da condição virológica dos moradores e, assim, dar ao poder público condições de antecipar possíveis crises sanitárias futuras e estabelecer políticas públicas. A pesquisa domiciliar será feita em sete etapas, cada uma com 394 domicílios.

Todo o trabalho é fruto de uma parceria entre o Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM) e o Laboratório de Análise Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e tem como responsáveis técnicos o virologista a professor titular da UFRJ, Amílcar Tanuri, o professor da Unirio e pesquisador da UFRJ Marcelo Velho – também infectologista da rede pública de saúde de Maricá -, e a biomédica Andréia Ribeiro Costa.

“Com os testes do tipo PCR que serão feitos aqui, pode-se isolar mais rapidamente o paciente e reunir dados sobre o espalhamento do vírus entre a população. Esse laboratório é nosso olho na epidemia. A população pode esperar testes mais sensíveis e mais rápidos, que vão orientar os profissionais de saúde para intervir exatamente onde for necessário”, explicou Tanuri, uma das maiores autoridades em pesquisa no setor em todo o país.

Presidente do ICTIM, Celso Pansera destacou que, com o novo laboratório, Maricá passa a ter condições de monitorar a proliferação do vírus na cidade, o que até então dependia dos exames feitos em outros locais.

“Além de auxiliar a Secretaria de Saúde no combate à Covid 19, o laboratório será um importante ponto de apoio às pesquisas sobre virologia. Já em junho, iniciaremos pesquisas de campo, para estruturar o Mapa Virológico do município, um trabalho inédito em nosso país”, ressaltou Pansera.

O investimento da Prefeitura de Maricá na estrutura montada no Posto Central é de cerca de R$ 1,3 milhão. Posteriormente, o laboratório será levado para a área do Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, onde serão investidos outros R$ 6 milhões para ampliar um Laboratório Virológico (LabVir), para pesquisas avançadas na área de viroses e arboviroses, como dengue, e apoio à formação de mestres e doutores em convênios com universidades.

Para a secretária de Saúde de Maricá, Simone Costa, a rapidez na identificação dos casos de Covid-19 é extremamente importante porque permite descobrir a patologia nos estágios iniciais. “Com isso, vamos poder iniciar também precocemente o protocolo para que o paciente não evolua para as formas mais graves da doença. Formamos uma grande parceria, inclusive com o nosso Núcleo de Educação Permanente em Saúde (NEPS) com o ICTIM para que esse grande feito pudesse acontecer”, comemora Simone.

Consultor técnico e coordenador do novo laboratório para assuntos relacionados a doenças infecciosas, Marcelo Velho, explica que sua inauguração é de extrema importância porque, além de dar agilidade aos diagnósticos, vai preparar a Saúde de Maricá para lidar efetivamente com outras doenças virais.

“O laboratório ainda vai servir de espaço de pesquisas para a gente estudar o novo coronavírus e outros vírus que, por ventura, estejam circulando na cidade. Isso quer dizer que poderemos nos antecipar e prever alguma epidemia, além de participar ativamente dos mais elaborados estudos no campo da biologia molecular. Maricá vai se tonar referência no estado do Rio de Janeiro”, enfatiza Marcelo.

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