Na data em que é comemorada o Dia Internacional de Luta da Pessoa com Deficiência, a Secretaria de Educação de Maricá promoveu nesta terça-feira (03/12) a 3ª Jornada de Diversidade e Inclusão, onde é mostrado o trabalho realizado em toda a rede de ensino voltado à africanidade, povos indígenas e pessoas com deficiência.

Ao longo de todo o dia, o evento realizado na casa de Festas Palladon, no Flamengo, teve debates e palestras sobre o trabalho feito pelas escolas, além de uma exposição onde cada uma mostrou suas atividades.

Todas as 64 unidades da rede municipal estavam representadas na jornada. Entre os palestrantes esteve Beth Canejo, que é deficiente visual e mestre em Educação Especial, além de professora da UERJ e da Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC). De acordo com a gerente de Inclusão Educacional, Helen Sílvia Ribeiro, o município trabalha integralmente esses tópicos no conteúdo mínino.

“Trata-se de levar a todos a aceitação, o respeito e a cidadania por princípios básicos. Nossa meta é ter uma geração desde cedo livre de preconceitos e com acesso ao ensino garantido a todos”, afirmou ela, lembrando que as diretrizes legais estão na lei nº 10.639, de 2003, e na lei complementar nº 11.695, de 2008. A secretária de Educação de Maricá, Adriana Costa, contou que o projeto de inclusão começou há cerca de dez anos.

“Quando chegamos ao governo, percebemos a enorme quantidade de crianças com deficiência que estavam fora da escola e decidimos que isso tinha de mudar. Depois disso, o município virou referência na educação inclusiva e hoje muita gente vem para cá por causa do que oferecemos, o que inclui os projetos culturais. Mas o melhor é que a cidade de Maricá está se tornando cada vez mais uma cidade inclusiva com praças, calçadas, brinquedos e até a praia voltados para essas pessoas”, ressaltou Adriana, que anunciou a aprovação da Câmara Municipal de um projeto que destina 10% das vagas do Passaporte Universitário para pessoas com deficiência.

A secretária de Educação também se emocionou com a apresentação em libras de um grupo de alunos da EM Lúcio Thomé Feteira, de Cordeirinho. Outra performance que chamou a atenção foi a dos alunos da escola indígena para crianças da aldeia Mata Verde Bonita, em São José de Imbassaí. A cacique da tribo, Jurema Nunes, afirmou que acredita que a unidade vai crescer em importância nos próximos anos.

“Quem diria que eu estaria aqui hoje, falando da minha cultura para tanta gente? Só mesmo Maricá para proporcionar isso. Em outras aldeias que visito, não se vê o município oferecendo educação dessa forma”, apontou.

Já a diretora da EM Maurício Antunes de Carvalho, Soraia Araújo, não escondia o orgulho do trabalho desenvolvido na unidade, que fica no Boqueirão.

“Temos alunos com deficiência em modalidades esportivas como, por exemplo, a ginástica rítmica e o karatê, que estão até competindo no exterior. Eu venho de outro município e posso garantir que só aqui temos essa interação, essa quebra de barreira da deficiência”, afirmou Soraia, ao lado da professora Cláudia Farias, responsável pela sala de recursos da unidade. “O segredo é nunca subestimar a capacidade deles e não estabelecer limites, porque eles podem ir longe”, acredita.

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