Capacitação dos profissionais da Saúde - Foto: Elsson Campos

Médicos e enfermeiros das unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) participam, até esta sexta-feira (06/09), na Faculdade Maricá, da primeira turma de capacitação voltada para diminuir o índice de mortalidade infantil.

Com o tema “Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (Aidpi – Criança de dois a cinco anos)”, o curso tem carga horária de 40 horas. Haverá uma nova turma em outubro para atender toda rede de profissionais das 37 equipes de ESF do município.

As aulas, voltadas para 24 profissionais, tiveram início na última segunda-feira (02/09) com uma nova abordagem da atenção à saúde na infância, desenvolvida originalmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Adolescência (Unicef).

A abordagem considera de forma simultânea e integrada o conjunto de doenças de maior prevalência na infância. De acordo com a OMS, nos menores de cinco anos, as principais causas de mortalidade incluem as afecções perinatais, as infecções respiratórias, as doenças diarreicas e a desnutrição.

Com isso, foram abordadas na capacitação temas como: a importância da amamentação, sinais de perigo, como avaliar e classificar a dificuldade de respirar, diarreia, febre, problemas de ouvido, dor de garganta, estado nutricional e palidez palmar, dentre outros.

O curso foi ministrado pela médica da unidade de saúde da família de Inoã II, Rosilene Moraes, e pela enfermeira da ESF São José I, Vanessa Ruscy, que em dezembro de 2018, participaram na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) dessa capacitação oferecida pelo governo do Estado e pelo Ministério da Saúde.

“Essa nova abordagem busca conhecer o indivíduo, a família, o contexto e a realidade em que estão inseridos. É essencial repassar os protocolos especializados que ajudem os profissionais de saúde a identificar, avaliar e a tratar adequadamente para garantir a saúde de nossa população”, ressaltou Rosilene.

De acordo com os protocolos abordados pela médica, é fundamental o recém-nascido receber a primeira consulta antes dos sete primeiros dias de vida. “Dessa forma, conseguimos identificar qualquer problema que possa ter passado despercebido na alta hospitalar. Já tive um caso de um recém-nascido estar com um trauma na coluna e não ser de ciência dos pais”, orientou.

Um dos protocolos mais importantes abordados foi sobre o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade. “Mais do que nutrir o bebê, cria um vínculo afetivo entre mãe e filho, mas, muitas mulheres se culpam por sentir dor. Temos que preparar a mãe para amamentar e explicar a elas que não é fácil, mas ela vai superar”, afirmou.

Outro ponto ressaltado referiu-se a introdução dos alimentos ser uma fase de risco. “Tem que ter muito cuidado com a água usada no preparo, higiene e a qualidade escolha dos alimentos para evitar que o bebe tenha vômitos e diarreias. O ideal é ferver a agua, inclusive no preparo dos alimentos”, destacou.

A enfermeira da ESF do Jardim Atlântico, Bruna Albuquerque Campos, de 30 anos, que está participando do curso, destacou que a capacitação permite ampliar o seu conhecimento. “Muito pertinente para a nossa rotina o que contribui diretamente para melhorar o atendimento aos usuários”, frisou.

Para a médica clínica geral Roberta Martins, do ESF do Recanto de Itaipuaçu, a capacitação dá mais segurança para o atendimento clínico. “Atuamos como médicos de família, mas somos clínicos gerais e não pediatras. Sinto-me mais segura para atender nossas crianças e tenho a certeza de que, com um atendimento mais completo resolvendo o problema na própria unidade, diminuiremos assim o encaminhamento para hospital e emergências”, concluiu.

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