Recursos hídricos em debate no Ecob - Foto: Fernando Silva

Segurança hídrica foi o tema da mesa de diálogo do 6º Encontro de Comitês de Bacias Hidrográficas do Rio de Janeiro (ECOB), realizado nesta quinta-feira (17/05), pelo Fórum Fluminense de Comitês de Bacias Hidrográficas, no Cineteatro Henfil, no Centro de Maricá. Com apoio da Prefeitura, por meio da Secretaria de Urbanismo, é a primeira vez que Maricá sedia esse encontro que tem como objetivo debater temas relacionados aos recursos hídricos.

Cerca de 200 pessoas participaram da discussão do tema durante a terceira mesa do evento, que foi moderada pelo coordenador municipal de Saneamento, Irinaldo Cabral, e contou com a participação de representantes da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Paulo Roberto Soares e Jose Alexandre dos Santos; do superintendente de planejamento da Câmara Metropolitana do Rio de Janeiro, Luiz Firmino Pereira; do engenheiro responsável pelo Programa de Saneamento Ambiental da Baía de Guanabara (PSAM), Guido Gelli; professor do Programa de Engenharia Civil da COPPE-UFRJ, Paulo Canedo, e pela da coordenadora do projeto Guapiaçú Grande Vila – sub-comitê Leste BG, Gabriela Moreira.

O coordenador do Fórum Fluminense de Comitês de Bacias Hidrográficas (FFCBH), João Gomes Siqueira, falou sobre a importância dos comitês de bacia. “Esses órgãos são formados por voluntários que representam três setores (sociedade civil, poder público e usuários) que buscam trazer soluções para problemas hídricos, como por exemplo, a questão do abastecimento de água. Queremos trazer reflexões que possam melhorar o sistema de recursos hídricos”, destacou o coordenador do fórum que abarca nove comitês de cidades do Estado do Rio de Janeiro – entre elas, Maricá.

Projeto de captação de água para região

O representante da Cedae Paulo Roberto Soares falou sobre a dificuldade hídrica que não é uma exclusividade do estado do Rio de Janeiro. “A maior parte das cidades brasileiras não possui sistema de abastecimento e de esgoto eficiente. Por isso, temos que buscar projetos que melhorem esse quadro, como o sistema de abastecimento de Inoã e Itaipauçu já em funcionamento e a futura captação de água no Rio Tanguá”. Paulo Roberto apresentou um vídeo institucional sobre o programa socioambiental Replantando Vidas, que utiliza a mão de obras de detentos no plantio de mudas visando à recuperação dos mananciais hídricos. “Esse projeto inclusive está sendo realizado no principal manancial de Maricá, o Rio Ubatiba, onde está prevista a plantação de 30 mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica”, completou.

Já o superintendente de planejamento da Câmara Metropolitana do Rio de Janeiro, Luiz Firmino Pereira, destacou os desafios de abastecimento da região metropolitana. De acordo com o superintendente, essa área concentra atualmente 75% da população do estado, totalizando 3 milhões e 900 mil moradias o que representa 12 milhões de habitantes e desses mais de 700 mil vivem em situações inadequadas de saneamento. “Qualquer projeto pensado para área metropolitana vai além dos limites geográficos das cidades. São vários municípios com seus planos setoriais que devem trabalhar conjuntamente em prol de melhorias para toda a região”, ressaltou.

O engenheiro responsável pelo Programa de Saneamento Ambiental da Baía de Guanabara (PSAM), Guido Gelli, frisou a importância do envolvimento da população na discussão de todo o processo. “É fundamental a transparência, o conhecimento e o debate entre a comunidade, universidades e especialistas para que todos saibam as deficiências e o que pode ser feito para ser melhorado por meio de uma cooperação técnica. Todos podem e devem contribuir e esses encontros possuem exatamente essa função”, declarou.

Sustentabilidade do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos

O professor do Programa de Engenharia Civil da COPPE-UFRJ, Paulo Canedo, também ressaltou a importância do engajamento de toda sociedade. “Temos enormes problemas hídricos em nosso país. Não é um problema de apenas um comitê, mas sim de todos e exige cooperação e discussão de todos”, afirmou. Já a coordenadora do projeto Guapiaçú Grande Vila – sub-comitê Leste BG, Gabriela Moreira, falou sobre a organização não governamental “Regua” situada no município de Cachoeiras de Macacu/RJ, que tem como missão a proteção dos remanescentes florestais de Mata Atlântica na alta bacia do rio Guapiaçu e sua biodiversidade do desmatamento, da caça e da exploração predatória de recursos naturais.

O 6º Ecob começou na manhã de quarta-feira (16/05) com mesas de debates sobre o tema principal “Sustentabilidade do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos” e na noite do mesmo dia foi realizada a cerimônia oficial de abertura com presença de autoridades municipais e representantes de outros municípios. O prefeito Fabiano Horta foi representado pelo secretário de Urbanismo de Maricá, Adyr Motta, que afirmou se tratar de um ótima oportunidade para a cidade falar de seus projetos. “Vamos poder dar notícia sobre o que estamos preparando para captação de água e também esgotamento sanitário. É bom falar sobre isso para tanta gente”, avaliou Adyr. Na plateia, entre outras autoridades, estavam secretários de Meio Ambiente de outros municípios como Volta Redonda (Daniela Vasconcelos), Quatis (Edna Azevedo) e Bom Jesus de Itabapoana (Evaldo Gonçalves).

Também marcaram presença os secretários maricaenses Sérgio Mesquita (Comunicação, Ciência e Tecnologia), Andrea Cunha (Cultura) e Leonardo Alves (Planejamento, Orçamento e Gestão). O coordenador do Fórum Fluminense das Bacias Hidrográficas do Rio de Janeiro, João Gomes Siqueira, exaltou a receptividade do município ao encontro. “Não temos registro na história deste evento de tanto entusiasmo de uma cidade, uma recepção histórica. Queremos sair daqui com propostas e metas estabelecidas sobre a gestão dos recursos hídricos”, projetou.

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