Foto: Clarildo Menezes

“Quem não gosta de política é governado por quem gosta”. Essa foi uma das muitas frases deixadas pelo escritor Frei Betto para a plateia que lotou a tenda Café Literário da Festa Literária de Maricá (FLIM), nesta quarta-feira (01/11). O frade dominicano é um dos mais premiados escritores do país. Ele abordou temas como educação em seus vários aspectos. Entre outras posições, Betto defendeu que não existe ideologia de gênero “o que existe é diversidade”, ressaltou afirmando que não existe uma cultura superior a outra e afirmou ser contrário ao ensino religioso determinado pelo Supremo Tribunal Federal.

“É preciso trabalhar a espiritualidade com o ensino de todas as religiões. A forma como o STF impôs ataca o caráter laico do estado”, definiu Frei Betto. No setor político, o escritor disse ainda que é preciso reforçar os movimentos sociais de todo tipo. “Seja os Sem Terra ou os ‘LGBTTudo’, eles são pequenos riachos que enchem o oceano. Não é hora de pessimismo. Temos de guardar o pessimismo para dias melhores”.

Após a palestra, Frei Betto abriu o microfone para perguntas da plateia, composta na maioria por professores. Uma delas foi sobre como ele, sendo um religioso cristão, se envolveu com a luta pela democracia sendo inclusive preso por isso. “Jesus era um militante e foi um preso político, na medida em que afrontou um império estabelecido ao anunciar o reino de Deus. É preciso entender que servir a Deus é servir aos pobres e à causa dos direitos humanos”, declarou.

Ao final, ele autografou exemplares de seus livros, tirou muitas fotos e recebeu das mãos da secretária de Educação de Maricá, Adriana da Costa, um exemplar de um livro de fotos sobre a cidade e da biografia do ex-prefeito Washington Quaquá. “Temos muitos convidados nesta edição da FLIM, mas Frei Betto com certeza é quem reforça a ideologia e a filosofia em que acreditamos e norteamos nosso trabalho”, frisou Adriana.

Na abertura, o vice-prefeito Marcos Ribeiro ressaltou a coragem de Frei Betto durante o período mais duro do governo militar no Brasil. “Suas posições lhe custaram o cárcere, a cassação e a perseguição. Mas suas convicções também são as nossas e por isso você tem nossa admiração”, disse ele.

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