O Serviço de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Sapad ) e o Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas), equipamentos vinculados à Secretaria de Assistência Social de Maricá, realizaram, na quarta-feira (14/06), a IV Assembleia Continuada para os usuários, na sede do Sapad, no Centro. O objetivo do encontro é dar voz aos usuários em todos os serviços oferecidos pelos equipamentos.
A roda de conversa foi aberta com uma manifestação de todos os usuários de repúdio sobre uma matéria divulgada em um jornal local, que associou o eventual aumento das taxas de criminalidade no município a moradores de rua que estariam usando drogas em praças públicas. Os usuários se defenderam alegando que na imagem publicada no jornal, na qual alguns deles aparecem, estavam fumando cigarro com fumo de rolo e que são contra qualquer tipo de violência. “Precisamos de ajuda e não de sermos expostos e julgados em jornais tendenciosos. Somos usuários de álcool e drogas, mas não furtamos e nem praticamos nenhuma violência. Por isto estamos aqui no equipamento, para buscar tratamento”, relatou M. de 41 anos.
Em seguida, o coordenador do grupo “Itaipuaçu Que Queremos”, Gilvan Barbosa, agradeceu o convite para participar da assembleia e informou que o grupo está disponível para ajudar em qualquer demanda. Logo após, a equipe foi aplaudida pela nova placa do equipamento, uma reivindicação da segunda assembleia. “A placa é importante para orientação do local e nos dar visibilidade. A vitória é de vocês que reivindicaram por este direito”, disse a assistente social Deise Laurindo. Aproveitando o momento os usuários reivindicaram um abrigo para famílias e outro para solteiros para que pudessem dormir à noite. Foi exposta também a dificuldade de entrar no mercado de trabalho enquanto estão de recuperação. “Não há nenhum plano de incentivo para nós, dependentes químicos em tratamento. Nós estamos tentando melhorar nossa vida, mas com certos obstáculos fica complicado”, contou D. de 23 anos.
Foi sugerida, entre os usuários, a permanência de um guarda municipal no Sapad. A medida foi votada mas não houve aprovação pela maioria. Assim, ficou pactuado que todos que frequentassem o local respeitassem o espaço de convívio aceitando as diferenças do outro. Foi acordado também pelos usuários e funcionários que será proibido o uso de substância psicoativa ou drogas nas dependências do Sapad e Seas, para evitar confusões e prosseguir com sucesso no tratamento proposto. “Estamos conquistando um espaço de convívio familiar e devemos nós mesmos tentar resolver nossos problemas na conversa”, disse o coordenador do Seas, Pedro Victorino.
A coordenadora do Sapad, Luana Menezes, avisou que a advogada Eliceia Bompet estará no equipamento todas as segundas-feiras e quintas-feiras, de 9h às 12h, para orientações jurídicas. Orientou também a importância das vacinações contra a febre amarela e gripe e que ainda estão sendo aplicadas nos postos de saúde ou no Caps. A coordenadora comunicou ainda que no dia 05/07 haverá um passeio para o Museu de Artes Contemporânea (MAC) de Niterói, acompanhado pela psicóloga Tatiana Barroso, e que os interessados deveriam se inscrever na recepção. Já no dia 26/07 será promovida a festa julina dos usuários do Sapad e Seas, às 13h, com comidas típicas, quadrilha e muita alegria.
