Dependência Química promove palestra e peça de teatro no Festival Utopia

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A Subsecretaria Municipal de Prevenção à Dependência Química promoveu sábado (25/06) um debate sobre políticas públicas do setor, com o tema "Resistência Contemporânea". Foram discutidas questões como a reinserção social do deficiente físico e mental, e a situação atual de usuários de álcool e drogas atendidos pelo município. O subsecretário Alan Christi abriu o evento, dizendo que é preciso criar um novo tipo de resistência ao modelo antigo de sociedade. "A resistência já está consolidada como ideia. Precisamos partir para a insurgência, um modelo mais efetivo de ação, buscando a transformação diária e contínua dos velhos padrões. É preciso pensar o agora e inserir socialmente os excluídos pelo sistema, como paradigma de uma sociedade mais justa e solidária", disse.

Presidente da Associação Maricaense da Pessoa com Deficiência (Amaped), Rinaldo Baiense, junto com o professor de Paravôlei Alexandre Medeiros, e a fisioterapeuta Christiane Lira comentaram a evolução do esporte paralímpico na reinserção social de amputados e deficientes físicos. "Ainda não temos sede própria. Oferecemos judô e paravôlei no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), e futebol de 7, na Arena ND 7, em Ponta Grossa, e uma pista de atletismo no Colubandê (SG)", comentou Rinaldo. "O esporte paralímpico evoluiu. Hoje mesmo, o atleta Leonardo Alvarenga, de Maricá, está disputando o Circuito Nacional Caixa de Atletismo, com boas chances de classificação", completou Alexandre. "A sociedade ainda não assimilou a ideia da convivência com o deficiente. O esporte tem a proposta de devolver ao deficiente uma vida social normal. Me realizo vendo a solidariedade entre eles", concluiu Christiane. Em relação aos usuários de álcool e drogas, o psicólogo Cesar Viellas adiantou que o CAPSAD, inaugurado em 16/06, oferece um espaço aos pacientes, há muito tempo aguardado. "Montamos a casa para oferecer um ambiente familiar onde eles são respeitados em seus universos, recebendo um tratamento humanizado e digno. Entendemos que eles têm direito a ter seus próprios universos e suas utopias. Queremos cidadãos livres de suas cadeias físicas e psicológicas", finalizou.

O tema da palestra foi complementado com a peça “O Cotidiano Invisível”. No primeiro ato, José Luiz de Souza, de 54 anos, paciente do Serviço de Atenção ao Usuário de Álcool e Drogas (SAPAD), representou um agente que atende um morador de rua, que passa mal por ingestão alcoólica. “Ele bebe para esquecer do dia a dia, que é pesado em sua vida”, diz José Luiz, ao tomar seu pulso. José, na vida real morador de rua, é consciente da discriminação e violência da sociedade. “Valeu a experiência. A realidade é essa, mas está mudando. A cada dia a gente aprende mais um pouco”, concluiu. No segundo ato, uma dona de casa tem problemas constantes com o alcoolismo do marido. A filha, incomodada com as constantes brigas, resolve sair de casa. No caminho, encontra-se com uma amiga, que lhe apresenta os serviços do SAPAD e do CAPS/AD. A filha então leva a boa notícia para casa, e o pai decide começar um tratamento. “Convidamos usuários e funcionários a participarem da peça, assim como suas famílias. A proposta geral do encontro é a de oferecer a opção de uma vida melhor às pessoas com problemas mentais e usuárias de álcool e drogas, como a luta antimanicomial, alternativas de tratamento, inclusão e participação social”, declarou Alan Christi.