Meio Ambiente capacita técnicos em viveiros florestais

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Com objetivo de capacitar cada vez mais técnicos e auxiliares nas atividades e ações do setor, a Secretaria Adjunta de Meio Ambiente de Maricá, promoveu nesta quarta-feira (08/06) um curso de Viveiros Florestais, em sua sede, no Caxito. O evento, ministrado pelo engenheiro florestal Afonso Carvalho (SP), inaugurou o viveiro de mudas nativas da Mata Atlântica, que visa complementar a demanda em programas de distribuição e plantio de mudas, como o Maricá + Verde, e de Educação Ambiental no município. 

O curso foi realizado em duas etapas: teórica, onde foram repassadas informações sobre a construção de um viveiro (provisório e permanente), semeadura, adubação, quebra de dormência, repicagem (transplante) e plantio. E prática, ministrada no viveiro da secretaria, recentemente construído e que inclui barracão de beneficiamento e armazenamento de insumos, ferramentas, canteiros de semeadura, de compostagem e canteiro de mudas, com irrigação por micro aspersão mecânica.

Segundo Afonso Carvalho, além da montagem da estrutura, é necessário um trabalho de acompanhamento do desenvolvimento das mudas, até o seu replantio. “As mudas nativas da Mata Atlântica, assim como as frutíferas, tem um ciclo parecido de desenvolvimento, de acordo com o ambiente em que nascem. São mais resistentes às pragas, por exemplo, embora seja necessário o uso de defensivos em alguns estágios de crescimento. Para adaptação da planta, usamos sementeiras com 50% de sombreamento (1ª fase), canteiros com 30% sombreamento (2ª fase), e com 0% de sombreamento (plantas pioneiras), até seu plantio definitivo no campo”, adiantou.

Para uma boa germinação em viveiro, são usados terra vermelha ou preta peneirada, substrato (adubo verde) e esterco. Podem ser usados também produtos químicos como NPK (para correção do solo), farinha de osso e cloreto de potássio, em proporções adequadas. “O livro ‘Árvores Brasileiras’, de Harrie Lorenzi, é o melhor já publicado no país sobre o assunto”, indica Afonso.

A bióloga Denise Amorim disse ser importante a reciclagem. “Aprendemos a teoria. O importante é colocá-la em prática”. Opinião compartilhada pela educadora ambiental Ana Paula Kaya. “Sempre temos dúvidas a tirar e aprendemos um pouco mais”, completa. O auxiliar técnico Luiz Antonio Ramos, diz que já plantou mais de três mil mudas. “O programa Maricá + Verde contabiliza mais de 11 mil mudas plantadas, mas antes disto, já replantávamos no município”, completa.

O secretário municipal adjunto de Meio Ambiente, Guilherme Mota, declarou que a ideia é capacitar cada vez mais a equipe. “O próximo curso será de Coleta e Armazenamento de Sementes. Trabalharemos com coletores rurais do Espraiado, a princípio. Queremos ter uma produção própria que, a médio prazo, dará retorno ao município, a um custo mais reduzido. Maricá é um dos municípios de maior área verde do Estado do Rio, mas o replantio tem por finalidade, através dos programas ambientais, repovoar espécies nativas ameaçadas de extinção”, concluiu.