Maricá cria política municipal contra aquecimento global

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Uma das iniciativas para diminuir o efeito estufa é o plantio de mudas na cidade, por meio do projeto "Maricá + Verde"

Prefeitura disponibilizará, em breve, no site um programa para medir quanto cada cidadão emite de gás carbônico (CO²) por ano

Para inserir a cidade nos esforços mundiais em torno da redução dos impactos ambientais causados pela emissão de gás carbônico (CO²), a Prefeitura de Maricá criou a Política Municipal de Atenuação do Aquecimento Global, integrada à Lei Orgânica da cidade (artigo 331-A, da lei nº 40, de 10 de junho de 2014). Iniciativas ecologicamente corretas já estão em execução na cidade, como o projeto "Maricá + Verde" (com 2.298 mudas plantadas desde março), intensificação de esforços para a preservação das Unidades de Conservação e a eliminação de pontos críticos do passivo ambiental, como é o caso da remediação do antigo aterro municipal, fechado definitivamente em 2013. O projeto de recuperação da área está sendo elaborado pela Secretaria Municipal de Ambiente.

O secretário municipal de Ambiente, Tiago de Paula, colaborou com a formulação da politica municipal. Segundo ele, é necessário que todos tenham consciência ambiental para diminuir o efeito estufa na atmosfera. "Andar de carro movido a gasolina, fumar cigarros e até o consumo de carne bovina contribuem para o aumento do aquecimento do planeta. O que se faz no Brasil reflete em qualquer lugar", exemplificou o secretário, explicando a relação de causa e efeito com o consumo da carne. "O gado é responsável por quase 1/5 de todo o aquecimento global. O animal expele gases, especialmente metano, que é 21 vezes pior do que o CO² quando se trata de aumentar o efeito estufa", acrescentou.

Um teste para medir o aquecimento global

Para conhecer quanto cada cidadão contribui com o aquecimento global, a Secretaria de Ambiente criou um programa – em breve estará disponível no site da prefeitura – onde é feito um cálculo anual de emissão de gás carbônico. Após preencher a tabela, o programa indica quantas árvores são necessárias – segundo dados da secretaria, cada árvore equivale a 180 kg de CO² – para compensar o dano ambiental causado, principalmente, pela queima de combustíveis fósseis, como gasolina, diesel, querosene de aviação, carvão mineral – para geração de energia elétrica via termelétricas – e gás. "De todo o gás carbônico que cada pessoa emite, 40% estão relacionados ao uso do automóvel. A solução é andar menos de carro e, quando o fizer, optar pelo etanol como combustível", afirmou Tiago, acrescentando que a secretaria disponibiliza gratuitamente mudas nativas da Mata Atlântica.

A reciclagem do lixo é outro bom exemplo de como é possível evitar o aumento do aquecimento global. "O lixo de um cidadão americano médio provoca a emissão de 227 kg de CO² por ano. Reciclar esse material evita que novas embalagens tenham de ser produzidas a partir de mais árvores cortadas. Além disso, reduzir a produção de lixo em 10% já é o suficiente para deixar de emitir 545 kg de gases em um ano", reforça o secretário. Ainda segundo Tiago, para uma distância de 1.600 km percorrida, um avião joga no ar em torno de 150 kg de gás carbônico. "Na mesma distancia, quando percorrida por um trem, são emitidos somente 3 kg de CO². As aeronaves são responsáveis por 3,5% da emissão de gases que causam o efeito estufa", completou. Não à toa, a indústria aeronáutica vem investindo pesadamente em novos materiais, mais leves e resistentes e que possam reduzir o atrito com o ar e impliquem em economia de combustível. 

Com esta legislação municipal, a secretaria coloca em prática ainda o banco de áreas verdes nas Áreas de Preservação Permanente (APP) do município. "Quando o Inea autoriza a construção de um empreendimento, os empresários precisam plantar uma quantidade maior do que a foi retirada para compensar. Só que não existem terrenos disponíveis e estamos oferecendo o nosso banco de áreas", declarou Tiago, acrescentando outro serviço disponível na secretaria. "Recuperamos, gratuitamente, propriedades rurais degradadas com o plantio de mudas nativas da Mata Atlântica. O dono do terreno tem de se comprometer em manter a região preservada", concluiu.

Os interessados precisam solicitar este serviço na Secretaria de Ambiente (Rua Vereador Luiz Antônio da Cunha, 428, no Flamengo). Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 2637-3835.