Minicisterna desenvolvida por estudantes melhora rotina de ONG

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Coordenadora do Nair mostrando uma das utilidades da minicisterna.

Uma simples ideia plantada pelos alunos do 4º e último ano do curso técnico em Edificações está ajudando a melhorar as atividades prestadas pela ONG Nair (Núcleo de Atividades Interativas e Recreativas para Jovens e Adultos Especiais) em Maricá.

O projeto de uma minicisterna ecológica venceu a competição realizada no curso “Tecnologia Sustentável de Baixo Custo", no qual a proposta era a criação de projetos sustentáveis focados na utilização de materiais e técnicas ecológicas disponíveis em construção civil. O concurso foi fruto de uma parceria entre as secretarias municipais de Ambiente e Educação e a Fundação Alphaville – braço social do Grupo Alphaville, que investe na área de construção civil na cidade.
 
A criação do grupo vencedor foi instalada há menos de um mês e a coordenadora do NAIR, Jacy Dorothea Maia de Oliveira, afirma que ele vem colaborando para aperfeiçoar a rotina de trabalho do núcleo. “Sofríamos com alagamentos no pátio em dias de chuva, o que impedia os alunos de usarem o espaço externo para oficinas educativas”. Ainda segundo a coordenadora, o projeto também possibilitou o acúmulo de água num reservatório de 200 litros para a realização de tarefas diárias da entidade. “No verão, principalmente, sofremos com falta d´água. Como esse projeto, o problema estará resolvido, pois poderemos utilizar o reservatório de forma eficiente”.

Além da minicisterrna, o grupo vencedor (formado por Joice Azeredo da Silva, Jorge Jofilis, Ester Cândido da Silva, Alice Costa de Sá, Deocleciano Castro e Carlos Ribeiro) implantou também um sistema de reaproveitamento da água pluvial para irrigação. Valendo-se de tubos de 15 mm de PVC perfurados, a água abastece uma horta e ainda pode ser usada para outras tarefas. “Queremos plantar hortaliças e verduras para o consumo dos alunos. O projeto contribuiu muito para melhorar o funcionamento desse espaço”, destacou a coordenadora da instituição, que há 12 anos atende portadores de necessidades especiais com o objetivo de favorecer a inclusão social. Atualmente, 22 alunos frequentam a instituição.

Os alunos do NAIR também elogiaram a iniciativa. Fernanda Almeida, de 47 anos, considerou importante o uso para a horta, “Agora, não tem mais alagamento e podemos ficar aqui fora. Outra vantagem é a horta, antes havia disputa entre os alunos para saber quem regaria as plantas com o regador. Agora é só abrir a torneira”, brincou a aluna.

Satisfeitos com o resultado obtido, uma das integrantes do grupo vencedor, Joice da Silva, explicou a escolha do NAIR. “Ao visitar as instalações do núcleo nos deparamos com o problema de alagamento. Não tivemos dúvidas que este seria o nosso desafio”, salientou a aluna do curso técnico em Edificações, acrescentando que o grupo estuda a possibilidade de implantação de mais um sistema, agora utilizando garrafas PET recicladas como calhas para escoamento das águas pluviais. O sistema seria implantado no telhado de outro cômodo do imóvel, segundo os criadores da ideia.

NAIR – Núcleo de Atividades Interativas e Recreativas para Jovens e Adultos Especiais

Reconhecido como de utilidade pública, o NAIR é uma entidade civil sem fins lucrativos de natureza educacional, cultural e beneficente. Com foco na inclusão social, atende jovens (a partir dos 14 anos) e adultos portadores de deficiência mental leve. Além da parte pedagógica, os alunos participam de oficinas como reciclagem de papel, artesanatos, pinturas, teatro, danças, informática, música e cultivo de plantas. Funciona de segunda a sexta-feira, em dois turnos (manhã e tarde). Durante o dia, o aluno tem direito a café da manhã, almoço e lanche da tarde.