Atriz Juliana Paes grava cena de "Gabriela" em Maricá

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A produção foi cercada de sigilo

Cercada de sigilo, a gravação de uma das cenas mais importantes da refilmagem de "Gabriela" – novela que lançou Sônia Braga ao estrelado, no início dos anos 70 – foi realizada em um local remoto da Restinga de Maricá na madrugada deste sábado (21/03). Na reedição de 2012, o papel principal coube a Juliana Paes. Segundo a TV Globo, a produção ainda não tem nada definida para a estreia, mas deve ser entre junho e julho.

A prefeitura foi informada pela emissora antecipadamente que haveria a gravação e providenciou o que foi pedido para manter o local protegido e isolado. Guardas municipais foram deslocados para a área, a PM deslocou uma Patamo e a estrada que cruza a reserva ganhou bloqueios com seguranças da emissora e agentes de trânsito. A Restinga é uma área de proteção ambiental cujo bioma se assemelha bastante ao da região da Bahia descrito pelo escritor Jorge Amado neste que é um dos seus maiores sucessos literários. A reedição da novela marca os 100 anos de Jorge Amado.

O motivo de tanta preocupação foi revelado no começo da tarde da sexta-feira. A produção era totalmente sigilosa e a gravação não poderia ter qualquer cobertura de imprensa por ser uma cena de sexo, noturna, importante na trama. No local da produção, pelo menos 150 pessoas, entre produção, direção, atores e técnicos, se preparavam para rodar desde a manhã. O trabalho tinha previsão de seguir até o meio da madrugada de sábado. Além dos caminhões com refletores, rebatedores, gerador, cozinha móvel, chamou a atenção um que transportava bois e jegues.  Enquanto o set era preparado – uma clareira a uns 25 metros da margem da estrada – os animais pastavam tranquilamente na orla da lagoa.

A equipe usou um helicóptero para transportar o elenco até Maricá. Também por conta do sigilo e do tipo de imagem que se estava fazendo a emissora não permitiu o acesso da imprensa, a realização de entrevistas ou a captação de imagens, sobretudo de Juliana Paes. A atriz está mais magra para fazer o papel e ocupava um microônibus transformado em camarim.  Depois de deixar o veículo, almoçou com os produtores no lounge onde era servido o almoço. Usava um vestido azul marinho – provavelmente do personagem – e os cabelos ainda presos para ficarem mais aproximados com a descrição do texto.

A história se passa na Bahia dos anos 20, tempo em que Ilhéus vive o apogeu da era do cacau. A cidade é comandada por coronéis, especialmente Ramiro Bastos (Antonio Fagundes na atual versão, Paulo Gracindo, na primeira). A hegemonia política é ameaçada pela chegada do exportador carioca Mundinho Falcão (Mateus Solano). A cidade se divide entre a moral conservadora e os tempos mais liberais e tem um choque com a chegada de Gabriela, retirante da seca que, depois de atravessar a caatinga (justamente o contexto no qual a cena de sexo se encaixa) chega a Ilhéus. Nacib (Humberto Martins), imigrante árabe dono do bar Vesúvio, a contrata como cozinheira e se apaixona por ela.  A nova versão de ‘Gabriela’ é escrita por Walcyr Carrasco, com direção de núcleo de Roberto Talma e direção geral de Mauro Mendonça Filho.