Usuários do CAPS caem na folia no baile de carnaval

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Pacientes do CAPS caem na folia. Foto: Fernando Silva.

Reintegração social é um dos objetivos desse encontro

Confetes, serpentinas e, claro, muita alegria, foram alguns dos ingredientes que apimentaram o baile de Carnaval do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Maricá, realizado na manhã desta sexta-feira (10.02). Usuários da unidade e equipe de funcionários entraram no clima da folia, vestiram fantasias e máscaras e caíram no samba, ratificando um dos objetivos principais do centro, que é a reinserção social de pessoas portadoras de distúrbios mentais.

Há um ano implantado em Maricá, o CAPS, seguindo as diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental, é um dos dispositivos oferecidos no município de tratamento terapêutico e social destinado a pessoas com sofrimentos psiquiátricos. Nesse período, 380 pessoas já foram atendidas pelo CAPS.   

Coordenador de Saúde Mental do município, o psicólogo Allan Christi Rocha explicou a importância de realizar eventos como o baile de carnaval. “Nosso objetivo vai além da confraternização e recreação dos pacientes. Queremos trocar as amarras e clausuras dos hospitais psiquiátricos pelo resgate dos laços familiares e pela integração social também importante para a formação da individualidade de cada pessoa. Mesmo com suas diferenças, os usuários podem e devem estar no convívio social”, destacou.

E o resultado é muito positivo. Sarita Coutinho, de 37 anos, a princesa do baile, era só alegria. “Adoro cantar, dançar e namorar”, confessou a paciente. Mas, o comportamento de Sarita nem sempre foi assim. Segundo a psicóloga Zulmira Carvalho, Sarita ao chegar no CAPS, em setembro de 2011,  apresentava o quadro clínico de embotamento afetivo. “Por descontrole e excesso de medicação, ela não conseguia fazer qualquer tipo de expressão afetiva. A mudança é enorme. Hoje, ela sente a necessidade de se maquiar, se arrumar, conversar e, até, namorar”, frisou a psicóloga.

Muita animada com sua fantasia de Princesa de Carnaval, Sarita ressaltou a importância do CAPS em sua vida. “Em casa só dormia e tomava remédio. Aqui, posso conversar, participar de diversas atividades e cantar”, destacou, referindo-se a oficina de música, que é a sua predileta.  

A coordenadora técnica do CAPS, a psicóloga Camilla Silva, afirmou a importância de atividades artísticas no tratamento dos usuários. “De forma geral, a arte é terapêutica e gera um grande interesse por parte dos usuários”, salientou a coordenadora. Além de música, os pacientes, seguindo um projeto individual terapêutico, têm acesso a atividades esportivas (manhãs esportivas), oficina criando coisas, grupos de convivência, de teatro e familiar.