Maricá terá exposição do acervo de Abdias Nascimento

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Abdias Nascimento morreu aos 97 anos no dia 24 de maio

Evento foi confirmado pela viúva do líder negro, que visitou o secretário de Cultura Ricardo Cravo Albin

 

O secretário de Cultura de Maricá, Ricardo Cravo Albin, recebeu nesta segunda-feira a viúva do ex-senador e ativista da causa negra Abdias Nascimento, falecido no último dia 24 de maio aos 97 anos. Durante o encontro, ficou acertado que a Casa de Cultura da cidade vai receber, em novembro, uma exposição com parte do acervo do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros (Ipeafro), fundado por Abdias e hoje mantido por Elisabeth Larkin Nascimento.

De acordo com Albin, o evento será parte das celebrações do Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro, quando é lembrada a morte de Zumbi dos Palmares. O secretário ressaltou que deverá ocorrer ainda outros eventos correlatos ao longo do mês. Dizendo-se honrada com a homenagem, a viúva de Abdias Nascimento exaltou o trabalho de Ricardo Cravo Albin à frente da Secretaria de Cultura.

“Ele está trazendo para esta cidade todo o enorme conhecimento que tem e, com isso, um novo olhar sobre a cultura com vistas às novas gerações. Isso é algo muito importante”, disse Elisabeth.

Biografia – Nascido em 1914 em Franca, no interior de São Paulo, Abdias Nascimento foi um dos maiores defensores da defesa da cultura e igualdade para as populações afrodescendentes no Brasil, nome de grande importância para a reflexão e atividade sobre a questão do negro na sociedade brasileira. Sua trajetória foi longa e produtiva, indo desde o movimento integralista, passando por atividade de poeta (com a Hermandad, grupo com o qual viajou de forma boêmia pela América do Sul), até o ativismo do Movimento Negro. Também foi escultor e ator, criando em 1944 o Teatro Experimental do Negro.

Após a volta do exílio (19681978), Abdias entra para a vida política, elegendo-se deputado federal (de 1983 a 1987) e senador da República (de 1997 a 1999), além de colaborar fortemente para a criação do Movimento Negro Unificado, em 1978. Em 2006,em São Paulo, criou o dia 20 de Novembro como o dia oficial da consciência negra.

Recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade de Brasília. Autor de vários livros: "Sortilégio", "Dramas Para Negros e Prólogo Para Brancos", "O Negro Revoltado", e outros. Foi também professor benemérito da Universidade do Estado de Nova Iorque.