Paciente atendido pela Comissão de Curativos

O Hospital Municipal Conde Modesto Leal criou, em setembro de 2020, a Comissão de Curativos, que busca viabilizar a alta hospitalar do paciente que aguarda por cicatrização de lesões para promover rápida rotatividade dos leitos e diminuir o risco de infecções. A comissão conta com equipe multiprofissional, além de atuar em parceria com a cirurgiã plástica Wania Furtado, para dar total suporte aos pacientes e o volume de atendimentos mostra a relevância dessa atuação: até a primeira semana de maio deste ano o serviço já tinha contabilizado 246 tratamentos na unidade.

Quando o paciente dá entrada, automaticamente a comissão é acionada para avaliação e decisão de qual conduta traçar em relação aos curativos e suporte. São 15 membros apoiando e avaliando os casos. “Quando a gente vê que o paciente está desnutrido ou desidratado, acionamos a nutrição. Em relação ao aspecto psicológico, na maioria das vezes a pessoa com lesão extensa ou pré-diabética já está debilitada afetivamente. O paciente então fica amparado com cobertura nutricional, suporte psicológico, os curativos, a farmacologia entra, e em algumas situações o serviço social também nos ajuda. Se é acamado de longa data, rígido entra também o serviço de fisioterapia”, explica a enfermeira Neila de Alcântara, coordenadora da Comissão.

Entre os casos mais tratados pela equipe estão queimaduras, lesões por pressão, tumorais e cervicais. A enfermeira Janaina Rangel, presidente da Comissão, destaca a importância do trabalho. “Contribuímos de forma que o paciente saia 100% curado ou dando continuidade ao tratamento que entrou crítico, e na alta, instruir- se a uma qualidade de vida”, aponta Janaina.

O Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), pelo Programa Melhor em Casa, dá continuidade ao tratamento hospitalar dos pacientes, que são avaliados e encaminhados pelo médico, quando necessitam de atenção e cuidados profissionais após a alta. Alguns dos critérios do programa são: estar acamado, ter cuidador identificado e ter a patologia que precise de cuidados intensificados e sequenciais semanais pela equipe multiprofissional do SAD. A Comissão de Curativos atua em parceria com a equipe promovendo reuniões e discussões sobre os casos.

Já no Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, a Comissão de Curativos (CC), no período de um ano, efetuou tratamento de 703 lesões de pacientes, sendo 92 lesões de pressão em estágio 2 e uma lesão em estágio 3; e cicatrizou 55 lesões.

De acordo com a enfermeira estomoterapeuta e presidente da CC do Che, Luciana de Souza, a comissão tem como objetivo principal analisar os eventos adversos relacionados à 6ª meta de segurança do paciente que é a prevenção de lesão por pressão; implementar plano de ação com o objetivo de redução dos eventos e o aumentar a prevenção das lesões de pele; planejamento de treinamentos para o time de lesão de pele e as equipes assistenciais.

“Na Covid, os pacientes sofrem várias alterações sistêmicas. Ocorrem algumas sequelas, uma delas é o surgimento de lesões de pressão ou de pele. A prevenção com coberturas adequadas e treinamentos das equipes conseguimos diminuir o surgimento dessas lesões e, com isso, manter a integridade da pele do paciente. Com relação aos pacientes que admitimos com lesão, conseguimos tratar, melhorar e até cicatrizar essas lesões, com cobertura de alta tecnologia com pressão negativa, trazendo qualidade de vida ao paciente e diminuindo o tempo de hospitalização”, pontua Luciana.

A enfermeira ainda acrescenta que os pacientes que chegam em estado grave e já com lesão, elas tendem a ficar graves. “Isso acontece devido ao uso de certas medicações que causam alterações hemodinâmicas. Eles ainda ficam restritos a mobilização no leito. Por isso também nosso trabalho é tão importante visando a assistência de qualidade ao paciente. Conforme o indicador de Lesão por Pronação, percebemos a redução da taxa em 63% no mês de março em comparação ao mês de abril”, finaliza.

Roberto Pereira, de 59 anos, está internado no Che desde janeiro. Chegou com uma lesão, que já teve a profundidade de uma mão e agora tem de um dedo mindinho. Mesmo com dificuldade na fala, o paciente expressa a satisfação pelo trabalho da equipe e por sua recuperação gradativa.

“Já melhorou muito. A lesão causa um desconforto péssimo. Não conseguia me virar, nem me mover no leito sem sentir dor e incômodo. Tem sido um exercício de paciência”, afirma o Roberto.

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