Foto: Anselmo Mourão

O primeiro dia de reabertura de parte do comércio em Maricá, após o fim da Bandeira Laranja de restrição, trouxe de volta atividades que estavam impedidas de funcionar, como salões de beleza, academias e quiosques da orla, além de clínicas e consultórios médicos, todos com horários específicos. Mesmo com os cuidados para evitar aglomerações dentro dos estabelecimentos, movimento foi considerado bom pelos lojistas no retorno às atividades.

Na maioria das lojas era possível ver álcool 70% e em gel disponível aos clientes que entravam. Os responsáveis pelos locais organizaram o atendimento de acordo com as recomendações do último decreto divulgado pela Prefeitura de Maricá. Por não poder provar roupas e calçados, por exemplo, os clientes de uma sapataria do Centro da cidade estão tendo mais tempo para efetuar a troca dessas peças.

“Agora estamos oferecendo 15 dias para quem precisar trocar, porque não podemos deixar experimentar na loja. Fizemos essa adaptação além das que já tínhamos, como a restrição de acesso”, contou o gerente Emerson Neto de Carvalho, de 46 anos, ressaltando a necessidade do isolamento que a cidade vinha adotando. “Perdi uma pessoa próxima para esse vírus e é muito doloroso. O esforço de fechar é duro, mas precisava ser feito”, avaliou ele.

Também no Centro, o salão da cabeleireira Karla Monteiro se adaptou ao novo momento. Seus clientes têm de agendar o atendimento pelo WhatsApp e cada um tem cerca de duas horas de espera, além do álcool e da medição de temperatura na entrada. “Foi bom voltar ao trabalho porque a gente precisa, mas creio que a parada também foi necessária porque é preciso zelar pela vida das pessoas”, disse a empresária, que tem 37 anos e mora nas Pedreiras.

Mesmo com as praias ainda fechadas para o banho de mar – apenas atividades físicas individuais são permitidas –, os quiosques da orla também podem abrir novamente das 8h às 19h. Um deles, na Barra de Maricá, aumentou o distanciamento entre suas mesas e limita o acesso dos clientes até a metade do espaço, como determina o decreto.

“Estamos nos adequando porque estou plenamente de acordo com as medidas. Se precisar parar, paro de novo, mesmo sendo um sacrifício”, garantiu Sebastião Esteves Júnior, de 55 anos, dono de um quiosque, que revelou também ter perdido gente próxima para a Covid-19. “Era um cliente e também um amigo . A prevenção é necessária em nome da vida de todos”, ressaltou.

Uma frequentadora do bar afirmou que estava feliz com o retorno, mas também falou da importância da proteção. “Foram medidas que precisavam ser tomadas, mas a pandemia aumentou a necessidade de uma higiene mental, que para mim é estar aqui”, disse a empresária Regina Coutinho, moradora da Barra de 60 anos.

O comércio em geral pode abrir entre 9h e 17h, mesmo horário permitido a ambulantes e camelôs nas ruas. Das 10h às 19h podem funcionar os salões de beleza, enquanto templos religiosos abrem das 7h às 22h. O funcionamento das academias fica dividido entre 6h e 11h e entre 16h e 22h. Clínicas e consultórios médicos poderão funcionar no horário comercial.

Entre as restrições mantidas, está a proibição de circulação nas ruas entre 23h e 5h. Festas e reuniões sociais com mais de 20 pessoas permanecem proibidas. As escolas da rede privada de ensino podem retomar as aulas presenciais a partir de segunda-feira (12/4), com 50% da capacidade dependendo do tamanho da sala de aula e respeitando a distância de 1,5 metros entre cada aluno. No entanto, está mantida a suspensão do retorno às aulas presenciais nas escolas públicas municipais de Maricá, e os serviços públicos da Prefeitura também continuam suspensos.

O decreto publicado na edição do Jornal Oficial de Maricá da última segunda-feira (05) tem vigência até o dia 18 e restabelece o funcionamento de atividades comerciais e serviços em horários específicos. Um novo sistema, diferente das bandeiras utilizadas até agora, vai avaliar possíveis novas medidas após esse prazo.

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