Equipes ajudam na limpeza do hospital - Foto: Ana Paula Soares

Uma equipe integrada no cuidado dos pacientes é um dos pontos mais necessários nesse enfrentamento de uma doença que gera medo e ansiedade. Os profissionais auxiliares de serviços gerais fazem mais do que limpar, eles trazem organização e conforto cruciais ao espaço.

 

Um deles é Luciene Gomes (52), uma dos 22 profissionais auxiliar de serviços gerais cedidos pelo Hospital Municipal Conde Modesto Leal (HMCML) para colaborarem com o início das atividades do Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara (HMDECG) na ambientação dos novos contratados.

 

“A gente vem trabalhar com orgulho do trabalho que estamos fazendo. Achamos esse hospital bonito e grande, maior que o Conde. É muito gratificante fazer parte do início dessa história, que tanto vai beneficiar Maricá”, comemora Luciene.

 

Antes, a profissional que atualmente atua na área da Saúde trabalhou na área da Educação: “Crianças exigem mais atenção, entretanto nos treinam para agir assim com todas as pessoas. Quando damos atenção às demandas das pessoas, elas se sentem acolhidas. Isso é muito bom. Acabam nos tratando ainda melhor, fazendo com que nos sintamos valorizados”, analisa Luciene.

 

Para uma das administradoras do Hospital Conde Modesto Leal, Flávia de Carvalho Spinelli, essa integração é fundamental, ainda mais nesse momento. Partiu dela e da secretária municipal de Saúde, Simone Costa, a ideia desse trabalho.

 

“Nossa equipe de auxiliares de serviços gerais (limpeza) já trabalha conosco no Conde Modesto há muito tempo. São profissionais comprometidos, têm experiência em limpezas terminais, Centro de Tratamento Intensivo, centro cirúrgico e outros setores, sabem fazer diluição de produtos específicos para a desinfecção de cada setor, paramentação de EPIs, sabem técnicas hospitalares. A secretária Simone Costa quis que eles participassem dessa transição levando a experiência que têm para ajudar a equipe nova do Che Guevara e também dar a elas a oportunidade participar desse marco que é a abertura do novo hospital em Maricá”, afirma Flávia.

 

Flávio Paula Figueira (39) tem uma década da vida dedicada ao trabalho como auxiliar de serviços gerais. Ele é mais um dos que vieram cedidos pelo Conde Modesto.

 

“Sempre que chego em casa sigo todos os procedimentos de higienização. Ainda no quintal, tiro as roupas e as deixo separadas para lavar. É uma forma de proteger minha mãe, que mora comigo e trabalha na área da Educação, mas com a suspensão das aulas, está em casa. Preciso dizer que ter um hospital como o Che aqui será muito importante para a cidade. Muita gente tinha que ir para Niterói ou São Gonçalo em busca de atendimento”, afirma Flávio.

 

A autarquia Serviços de Obras de Maricá (Somar) emprestou 30 funcionários para também colaborarem com o que for necessário antes e depois da inauguração do hospital. Para a secretária Simone Costa, essa socialização é muito importante, mostrando que a experiência vai ser útil no ambiente hospitalar.

 

“O Che Guevara precisa exatamente disso, de pessoas que já tenham uma rotina de cuidados dando suporte a quem está começando, além, é claro, dos treinamentos que estamos aplicando com as equipes de infectologia e segurança do trabalho. Quem vem do Conde e da Somar vai dar continuidade e uma certa confiança aos novatos”, comenta Simone.

 

Antes da abertura, filas se formaram na área ao redor do Che, justamente de inscritos e selecionados para as vagas de auxiliar de serviços gerais – respeitando, é claro, o distanciamento de um metro e meio entre cada pessoa. O grupo de novos profissionais – vários deles antes desempregados – será ambientado com a ajuda da equipe cedida pelo Conde Modesto.

 

Entre eles estava Suelen Pacheco Santos, de 27 anos, mãe solteira de três filhos (de 4, 6 e 8 anos), sendo um deles diagnosticado com transtorno de ansiedade e dislexia, com suspeita de autismo. Moradora de São José do Imbassaí, em Maricá, Suelen já trabalhou em recepção, na cozinha, em colégio e serviços gerais, estava desempregada desde dezembro e acaba de conseguir uma vaga no Che.

 

“A gente não pode deixar passar uma oportunidade como essa. Nem posso imaginar minha alegria ao ver a geladeira cheia, o aluguel pago, minhas filhas medicadas, caso precisem de um remédio. Fui contratada e estou muito feliz”, comemora.

 

Deixe uma resposta

Please enter your comment!
Please enter your name here