Foto: Clarildo Menezes

A estratégia principal de combate à disseminação do coronavírus causador do Covid-19 é a de evitar a aglomeração de pessoas. Em Maricá, a resposta da população já pode ser notada: o movimento nos ônibus Vermelhinhos já caiu 40% desde a implantação das medidas e a tendência é que o quadro seja ampliado. Quem utiliza o serviço o faz por necessidade e a determinação de que os ônibus circulem com as janelas abertas e apenas com passageiros sentados está sendo seguida – a frota não sofreu redução.

Na Rodoviária de Maricá, a movimentação é pequena. Só deslocamentos por necessidade estão sendo feitos.  “Os ônibus estão mantendo o padrão, corrimãos bem limpos, chão, bancos, tudo ok. Notei, pelas informações que o pessoal que pega o ônibus passa, está sendo muito bem higienizado, um por um. A empresa de ônibus está mantendo o papel dela”, afirma o passageiro Anísio Vieira, motorista autônomo e morador de Jacaroá.

Anísio compreende bem a necessidade do recolhimento social. “Em relação ao contágio do vírus, muito pouco eu saio, só para comprar remédio e comida mesmo, como é o caso agora. Onde moro tem álcool em gel, e quando chego em casa tomo um banho. A minha família está em quarentena”, completou ele, que retornava de uma ida à uma farmácia no Centro para encontrar um remédio que não achou próximo de casa.

De acordo com a EPT, a expectativa é que na próxima segunda-feira, 23/03, esse mesmo número chegue a 60%. Além das medidas para os passageiros, os veículos também estão sendo adequados aos tempos de pandemia. “A orientação é a de que as janelas permaneçam sempre abertas e todos os ônibus que chegam vão direto para a higienização no nosso pátio. Neste local, eles recebem um ‘banho’ de álcool em gel, e é todo limpo por dentro”, explicou explicou João Brito, Diretor Operacional da EPT.

“Além disso, nós recomendamos aos motoristas que não tenham contato direto com os passageiros, e sempre lavem as mãos. A rotatividade continua normal, com toda a nossa frota, a nossa preocupação é que não haja aglomeração de pessoas dentro do ônibus”, completou.

Quem chega para pegar um ônibus vermelhinho no Terminal Rodoviário sempre leva um panfleto, produzido pela Prefeitura, contendo as principais recomendações de proteção contra o novo coronavírus. Nele, os passageiros encontram informações como evitar aglomerações e manter as janelas sempre abertas, cobrir nariz e boca com o antebraço ao tossir e espirrar, evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas e evitar contato físico com o motorista e os demais passageiros.

“Essas medidas são necessárias na época de hoje, do jeito que está. Vejo a prevenção como uma medida positiva da empresa, isso diz que ela toma conta da gente”, contou a aposentada Denise Ribeiro, moradora do bairro de Jacaroá.

Emerson Amâncio e Paulo Henrique da Silva são motoristas efetivos da EPT e comentaram as recomendações que receberam. “Não podemos lotar os carros. Quando percebemos que tem a lotação dos bancos completa, seguimos a viagem direto, sem parar para pegar mais gente”, descreve, ainda estranhando a nova situação. “Estávamos acostumados a andar sempre com o ônibus cheio. E também temos que nos higienizar, entre uma viagem e outra passamos álcool em gel na mão”, disse Emerson.

Já Paulo lembrou que o transporte público é um serviço essencial e não pode parar. “Estamos trabalhando, não tem como ser evitado. Como motorista vejo que a responsabilidade aqui está efetiva, a EPT está preocupada em manter o bem-estar da população e dos seus funcionários, e por isso é tão importante seguir as recomendações”, avaliou.

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